[RESENHA] Cidade de Vidro — Cassandra Clare

Série: Instrumentos Mortais #3
Edição: 5
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501087164
Ano: 2012
Páginas: 476
Tradutor: Rita Sussekind

Clary está à procura de uma poção para salvar a vida de sua mãe. Para isso, ela deve viajar até a Cidade de Vidro, lar ancestral dos Caçadores de Sombras, criando um portal sozinha. Só mais uma prova de que seus poderes estão mais sofisticados a cada dia. Para Clary, o perigo que isso representa é tão ou menos assustador quanto o fato de que Jace não a quer por perto. Mas nem o fora de Jace nem estar quebrando as regras irão afastá-la de seu objetivo: encontrar Ragnor Fell, o feiticeiro que pode ajudá-la a curar a mãe. 



Jocelyn Fray está morrendo.

Isso é tudo em que Clary consegue pensar. Sua mãe continua no coma induzido pela poção desconhecida, e não há nada que ela possa fazer. Ou pelo menos, não havia. Segundo a Caçadora de Sombras Madeleine, há uma pessoa que poe ajudá-la, a única que sabe a fórmula do antídoto que pode salvar a vida de Jocelyn: o feiticeiro Ragnor Fell. Mas, para encontrá-lo, Clary precisará ir até Alicante, a Cidade de Vidro, capital de Idris.

Isso é tudo que Jace não quer. Ele sabe que ir até Alicante significa colocar Clary em risco - se os Caçadores de Sombra da Clave descobrirem os estranhos dons de Clary, podem querer usá-la sem o devido preparo na iminente guerra contra seu pai, Valentim. Para não expô-la a esse risco, Jace tenta negociar uma mentira com Simon; não dá certo. E nem precisa. Eles e os Lightwood são atacados por demônios quando estão prestes a passar pelo Portal, e, para se salvarem, acabam deixando Nova York sem Clary.

Mas ela não se permitirá ficar para trás. Teimosa como ela só, Clary abre o próprio portal e se joga em Alicante. Sua busca por Ragnor Fell acabará cruzando o caminho de eventos impensáveis - algumas verdades inimagináveis sobre Jace, uma quebra das barreiras mágicas que protegem Idris e uma reviravolta em tudo aquilo que Clary parecia ter como certo; incluindo suas próprias origens.

Cidade de Vidro tem tudo o que a série de Cassandra Clare tem de melhor: ótimas tiradas, mil reviravoltas, e uma maneira de surpreender o leitor mesmo com aquilo que ele já sabia desde o começo. Uma das coisas que mais me impressiona com Instrumentos Mortais é que rola uma progressão visível, e ao mesmo tempo surpreendente com os livros, em que eles não só mantém, como melhoram o ritmo da série. O próximo é sempre ainda melhor do que o anterior. Sinceramente, é algo quase raro em séries de uma maneira geral, que tem aquela tendência a dar uma diminuída, ou ter pelo menos o segundo livro da saga sendo meio sem gracinha.

O universo criado pela autora atinge seu melhor momento neste terceiro livro da saga.  Finalmente conhecer Alicante é, para o leitor, o mesmo que para Clary: uma experiência esperada e de tirar o fôlego. Além da nova paisagem, Cidade de Vidro encerra uma porção de questões acerca de Valentim, de suas intenções, e da própria mitologia que originou os Caçadores de Sombras, ainda assim deixando espaço para algumas batalhas ainda serem travadas - motivo pelo qual, mesmo depois de um final relativamente feliz, a gente não fica se perguntando o que diabos a Cassandra vai inventar pra preencher os livros seguintes da série. Há brechas suficientes, e o universo é bastante vasto. E eu mal posso esperar pra explorar o restante dele!

Beijinhos!