[RESENHA] O Teorema Katherine — John Green

Edição: 1
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580573152
Ano: 2013
Páginas: 304
Tradutor: Renata Pettengill

Existem dois detalhes fundamentais a respeito de Colin: primeiro, ele é muito mais inteligente do que a maior parte das pessoas; segundo, ele tem um probleminha com Katherines.

Ok, "probleminha" talvez seja pouco. Já foram dezenove - sim, DEZENOVE - Katherines, e todas elas deram um pé na bunda dele por algum motivo, e cada uma delas partiu seu coração. Depois do fora da décima nona Katherine, Colin está (de novo) arrasado. Some isso ao fato de que ele já terminou o colegial e ainda não fez nenhuma descoberta revolucionária que torne ele e sua inteligência especiais, e você tem um garoto frustrado com a própria vida.

Então ele resolve se unir ao seu amigo Hassan e partir numa roadtrip, pra esfriar a cabeça e ver se ele de repente descobre algo pelo que valha a pena viver. Já na sua primeira parada - na cidade de Gutshot, no meio do Tennessee - eles conhecem Lindsey, e, num surto louco de confiança, acabam se acomodando na casa dela e prestando serviços pra empresa de sua mãe. É durante essa estadia que Colin irá bolar o Teorema de Previsibilidade de Katherines que, ele espera, conseguirá determinar, tendo como base apenas alguns dados básicos de cada pessoa, o futuro de um relacionamento, poupando assim toda aquela dor de cotovelo que um término causa na gente. Repensando seu histórico de Katherines para tentar tornar o Teorema possível, Colin tenta descobrir onde, exatamente, ele estava fadado a errar - e, sem querer, vai acabar acertando com quem ele menos espera.

O Teorema Katherine foi um dos primeiros livros publicados do John Green. Você provavelmente o conhece por ser o autor de A Culpa é das Estrelas, ou, ainda mais provavelmente, pelos seus famosos vídeos no Youtube ao lado do irmão, Hank Green, no canal Vlogbrothers.

Quando peguei O Teorema Katherine pra ler, eu já trazia comigo toda a referência de A Culpa é das Estrelas, o primeiro livro dele que eu li. É o tipo de leitura da qual é difícil se desligar tanto emocional quanto psicologicamente, e mesmo já tendo ouvido falar que neste livro as coisas eram bem mais leves, ainda fiquei na expectativa de que a história me causasse um impacto tal qual eu havia tido com o outro livro dele. Não foi o caso. E não digo isso de uma forma ruim.

O negócio é que O Teorema Katherine é um livro LEVE. Tipo leve até demais. Tem momentos ótimos, e às vezes muito mais matemática do que eu consideraria tolerável, mas no todo é um livro extremamente água-com-açúcar - e acho até que faltou açúcar nessa mistura. Colin é um personagem sem nenhum apelo, suas histórias com as Katherines, embora engraçadinhas, não me causaram nenhuma empatia, e o próprio desenrolar da história me pareceu tão insosso quanto irreal. Em mais de um ponto, foi só o bom humor e o senso de realidade do Hassan que fizeram a coisa andar.

Não me levem a mal, não foi uma leitura ruim, nem ao menos chata. Ela flui e flui bem, mas eu senti, o tempo todo, que passava os olhos pela história sem realmente absorver muita coisa. Sabe aquele livro que acaba no momento em que você fecha? Não me prendeu o bastante pra eu dar real atenção a ele, e acho que foi isso que me frustrou um pouco. Não esperava repetir todo o maremoto emocional de A Culpa é das Estrelas - pelo amor de deus, aquele livro acabou comigo! - mas, já conhecendo a escrita do John Green, esperava sentir alguma coisa. Não rolou. Uma pena. Eu esperava mais.

Alguém aí já leu? Contem pra mim o que vocês acharam :)
Até mais ;)