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quinta-feira, 2 de maio de 2013

[RESENHA] Divergente — Veronica Roth

Série: Divergente #1
Título Original: Divergent
Editora: Rocco
Autora: Veronica Roth
Ano: 2012
Páginas: 504
Minha edição: 1

Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é.E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.
Beatrice nasceu e cresceu acostumada à rotina da Abnegação. Na sua facção, até a atitude mais simples, como olhar-se no espelho, é encarada como forma de egoísmo. Toda e qualquer individualidade é erradicada desde a raíz, e seus membros são, desde sempre, encorajados a viver pelo bem do próximo. Tendo sido criada por pais que escolheram essa facção, era de se esperar que ela aceitasse como seu destino e vocação pertencer a este meio.
Mas não é bem esse o caso.
Agora que já completaram 16 anos, Beatrice e seu irmão Caleb tem uma difícil decisão a tomar: escolher uma facção à qual pertencer pelo resto de suas vidas. Podem optar permanecer na Abnegação, ou se juntar à facção da Amizade, aos corajosos da Audácia, aos estudiosos da Erudição ou aos desagradavelmente honestos da Franqueza. Beatrice está certa de que seu teste de aptidão - uma espécie de processo seletivo pelo qual todo mundo passa aos 16 anos, e que determina pra que facção a pessoa leva mais jeito - irá clarear suas escolhas, mas algo dá errado e ela é revelada como sendo uma Divergente. Ela não faz ideia do que seja isso, mas de duas coisas ela agora tem certeza: o resultado do seu teste é um segredo do qual ninguém pode desconfiar; e ela não tem nenhum futuro na Abnegação. E, no dia da cerimônia de escolha, ela opta por se juntar à Audácia.
Agora, ela se chama Tris, e tem uma série de novos desafios pela frente. Escolher se juntar à Audácia não significa que ela passará pela Iniciação, e para não se tornar uma sem-facção marginalizada, Tris precisará enfrentar inimigos poderosos e até mesmo alguns amigos. Mas antes fosse este o maior dos seus problemas. Algo grande está a caminho - algo envolvendo os soros aplicados aos testes de aptidão, os líderes das facções e outros Divergentes como ela. Uma grande guerra está para começar, e muito em breve, Tris será a última esperança de que alguma coisa possa ainda ser salva; mesmo que precise perder algumas pessoas no processo.
Peguei Divergente emprestado de uma amiga há alguns meses atrás. Antes de ler, tudo o que ela tinha me dito era: "é muito bom. Não julgue pela capa, não tem nada a ver com Jogos Vorazes."
E não tem mesmo. A capa lembra um pouco, mas para por aí. Beatrice não é nenhuma Katniss, e a Chicago distópica criada por Veronica Roth definitivamente não é nenhuma Panem. Na verdade, começo essa resenha reclamando de um ponto que, pra mim, é muito fraco e mal explorado no livro: a distopia.
No universo de Divergente, após o colapso e a guerra (do mundo? Dos Estados Unidos? Só deus sabe, já que isso não é especificado), as pessoas foram divididas entre as cinco facções supracitadas, de modo que cada um fizesse aquilo que leva mais jeito pra fazer e todo mundo convivesse em paz. E tipo.. oi? É uma solução diplomática extremamente falha, a meu ver. Primeiro porque as pessoas são categorizadas de um modo tão absurdo que é como se todo mundo fosse um produto de supermercado que você pode enfiar na seção certa. Cada facção tem seus valores, que refletem as qualidades daqueles que pertencem a ela - mas as pessoas não são assim. Ninguém funciona assim. Não somos um conjunto de qualidades, onde a mais forte predomina. E não bastasse isso, é muito estranho pensar que demorou tanto tempo pra que rolasse uma corrupção, que resultasse numa revolta. Essa convivência pacífica entre pessoas diferentes subcategorizadas me deu nos nervos. Achei a visão distópica muito pobre e mal explicada. Todo o contexto histórico é mal explicado, pra ser honesta.
Contudo, parte disso é compensado pelo fato de que as facções são muito bem detalhadas e mastigadas, com ênfase especial, é claro, na Abnegação e na Audácia. Seus valores, seus membros, seu estilo de vida, seu funcionamento. Tudo cria uma lógica coerente e bem bacana, de modo que consegui, depois de um tempo, ignorar a falha na distopia em nome de outras coisas mais destacadas.
Mais que tudo, gostei dos personagens. Gostei muito da Beatrice/Tris, de como ela é bem construída nas suas nuances, nas suas dúvidas. Se ser Divergente significa ser real, então queria que todo mundo fosse assim. E me apaixonei loucamente por gostei muito do Quatro, o misterioso supervisor dos iniciandos, que me deixou de pernas bambas e coração apertado. Outros personagens, como Al e Christina, também conquistaram esse meu coraçãozinho leitor.
A história se baseia quase inteira na iniciação de Tris à Audácia - tanto que eu fiquei até surpresa quando as coisas tomaram um rumo completamente diferente no final, e o clima de Arena foi substituído por alguma coisa tipo 'impeça a revolução'. A narrativa é toda em primeira pessoa, no tempo presente (não consegui não comparar com JV, sorry), e é muito, muito gostosa de se ler. Depois de um certo ponto da história, eu não conseguia mesmo deixar o livro de lado. Vivi intensamente cada segundo, sofri e suspirei, e quando acabou fiquei com aquela puta cara de "como assim". Apesar dos pesares, é um ótimo livro - talvez não o melhor no quesito distopia, mas um tremendamente bom na categoria Y.A. Pra quem não conhece, vale super a pena conferir!

Beijos e boa leitura!

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5 comentários:

  1. *Essa sou eu largando tudo e pegando Divergente na estante*
    Eu amei a sua resenha, e minha curiosidade com o livro só aumentou. Pra falar a verdade, minha noção do enredo era mínima (só sabia o nome dos personagens), e então me clareou muitos pontos. Eu estava mais a fim de ler o livro por causa de todo sucesso, os elogios e pelo filme (já que é com a Shailene Woodley, então deve ser importante, sendo que ela dominará o mundo logo logo).
    ENFIM. Como não comparar distopias entre si? Eu tento, tento... Não consigo evitar! É claro que dá pra lembrar de JV - a bola de fogo, o tordo...
    Beijinhos ♥
    Joana - www.poderosasegirlies.com.br

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  2. Ahhh, o livro do momento, ainda mais com as novidades que tem saído do filme. Vou ser sincera, assim como tem acontecido com VA e ocorreu com THG, vai demorar pra eu ler esse livro.

    Eu até tenho vontade, juro, mas a escolha dos atores para as adaptações foram brochantes para mim dum tanto, que quando penso de ler o livro me vem a mente os atores como os personagens e a vontade passa.

    Não sei, se eu ganhar Divergente leio, mas compra mesmo, não tenho vontade não. Nem as resenhas empolgantes estão me empolgando. kkkkkkkk

    Bjs, @dnisin
    www.seja-cult.com

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    Respostas
    1. a escolha do elenco é muito mais brochante depois de ler o livro HAHAHAHAHA

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  3. Distopia realmente virou uma modalidade literária muito aclamada e claro que eu quero conferir. Tem alguns na estante e Divergente faz parte.

    Beijos!
    www.tesouroliterario.com

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  4. Podia jurar que era a Chris escrevendo.

    Fique com vontade de ler, acho que será minha próxima aquisição, só preciso (prestar atenção na aula de Direito Penal) terminar Procura-se Marido, da linda da Carina Rissi.

    Amei, Lady, to curiosa.

    Beijo!

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