Em uma homenagenzinha pro o dia de aniversário da J.K. Rowling e do Harry Potter, como a autora deste conto não tem muita facilidade em fazer fanfics desde que deixou o rumo um pouco faz (muito) tempo, vamos ter hoje uma historinha com uma breve referência :))
O personagem principal não é esse bolo da foto. Um, parecido (mas com menos cores e umas outras coisinhas), se apresenta no conto com dois irmãos. E a garota entre eles curte Harry Potter e, sabendo que uma amiga também, resolve fazer um bolo com as quatro cores de Hogwarts :)
O personagem principal não é esse bolo da foto. Um, parecido (mas com menos cores e umas outras coisinhas), se apresenta no conto com dois irmãos. E a garota entre eles curte Harry Potter e, sabendo que uma amiga também, resolve fazer um bolo com as quatro cores de Hogwarts :)
Considerações
— Tudo bem, princesa...
— fala meu irmão, Dimas, depois de dar um suspiro cansado ao ficar parado no
meu lado. — Mas me diz aí, Anita, o que você quer fazer com isso?
Ele está se referindo à
massa de ovos, farinha, fermento e leite que mexo em uma tigela.
Suspiro. Nossos pais
tinham ido sair. Se não me engano, eles foram para uma festa entre alguns
amigos. Como meu irmão dorminhoco capotou na cama dele quando papai e mamãe
terminavam de se arrumar, acabamos ficando responsáveis pela casa até aqueles
dois voltarem. Minha mãe deixou um celular para nós contatarmos eles quando
pudéssemos, além dos avisos de ‘não abrir a porta para ninguém’ e ‘não responda
a chamadas de estranhos’.
Por causa disso – e
falta do que fazer, tédio e também o número ‘31’ marcado em várias cores no calendário
pendurado por um imã na geladeira –, resolvi procurar algo pra comemorar o dia
de hoje. Além de ser o aniversário da minha melhor amiga, é o dia que, segundo
minhas fontes, aniversaria Harry Potter. Então, você pode considerar que é um
dia especial. Eu, você, minha amiga, outros amigos e outras certas pessoas.
— É um bolo. —
respondo, parando um pouco só para encará-lo com aquelas botas pretas até uma
parte das pernas, a bermuda militar e os brincos de prata. — Um bolo especial
para uma pessoa especial. — e volto a bater na massa, até atingir um bom ponto.
— Ok. — pelo canto dos
olhos, vejo que ele está desconfiando: pondo a mão perto de seu queixo,
analisando com muito interesse umas tigelinhas com corantes e outros
ingredientes que eu pus. — Mas por quê vermelho? E amarelo? E azul? E verde? —
um brilho surge no olhar cético dele quando a cabeça se vira pra continuar: —
Hogwarts?
— Bom... — depois de
uma pausa para pensar, falo. — Ela ainda não me disse qual casa ela acha que
seria. — olho para o que é um projeto de bolo. — A gente até tentou ver isso
pelo Pottermore, mas ela não acha que Corvinal seja o lugar certo ainda.
Continuo a bater mais
um pouco. A massa já está ficando em um ponto bom para poder preparar para a
fôrma. Preciso ainda untar o que eu consegui de formato de coração e também antecipar
as cores pra isto aqui.
Agora, penso se não
seria uma boa ideia fazer um bolo de gelatina das cores das casas. Acho que
minha amiga gosta de gelatina. E gelatina faz bem pra saúde. E gelatina é
gostosa. Não acho que ela se importaria.
— Pra quê toda essa
noía com essas casas? — Dimas zomba, ainda me assistindo fazer o bolo. — São só
casas. Ainda não sei o que vocês duas veem de tão especial nisso.
Respiro fundo. Conto de
um até dez. Conto ovelhinhas, ovelhinhas bem fofas. Mas não deixo de evitar em
estreitar meus olhos e fazer uma careta feia para meu irmão um ano mais velho
(mas ainda mais ou menos da minha altura). Sinto irritação. Sei que estou irritada,
sei que a minha vontade é a de dar uma boa lição nele, contudo tento me segurar
por quê é assim que ele é.
— Todo irônico, hunf. —
completo em voz alta, antes de continuar minha arte.
Nós somos diferentes
desde que éramos bebezinhos, mas somos acostumados a estarmos um do lado do
outro. Não por quê nos gostamos como parentes. Somos só cômodos a ver o irmão
todo dia. E as pessoas, quando elas falam com um, esperam ver o outro por perto
como fossemos um tipo de gêmeos siameses.
Só que, apesar de nos
confundirem como ‘gêmeos não idênticos psicologicamente siameses’ (até nossos
pais também), Dimas tem catorze anos enquanto eu tenho treze. Temos os mesmos
olhos castanhos de nosso pai, além de alguns traços semelhantes. Mas nossos
modos de vestir, de expressar e até de perceber são diferentes.
— Cacete o irônico. —
sem nenhuma vergonha, o meio grosso resmungou ainda com meu olhar de
advertência. — Eu tô rindo, mas você sabe, princesa, que não entendo vocês com
essa mania.
— Você é fanático por aqueles titãs. Você não
tem moral pra dizer isso, você sabe. —
contraponho com a resposta na ponta da língua, referindo a aqueles gigantes
daquele mangá e daquele anime que ele tanto gosta. — E qual é dessa do
princesa?
— Ué, eu não posso te
chamar assim? — ele me pergunta confuso.
Eu estava pondo partes
da massa, dentro das tigelas com corantes, quando Dimas me questionou isso.
Intrigada pela voz após terminar esse passo da receita, encaro o rosto dele e o
vejo não encarar meus olhos. Mas sim minhas roupas.
Então, consigo
compreender o que ele quer dizer. Foco meu olhar para baixo e vejo meu
vestidinho lilás, além do avental de moranguinhos que era grande aos meus dez
anos e as sapatilhas que não percebi já estarem em meus pés. Não me considero
totalmente fabulosa (meus cabelos estão uma bagunça e acho que devo ter algumas
espinhas), porém acho que deve ser algo no que eu visto.
— Hã... — não sei o que
falar, só me dou de ombros. — Tanto faz.
— Ah, tá. — Dimas
assobia, como se aliviasse. — Eu sempre te chamei disso, não se lembra? Afinal,
você é minha irmã. — ele me diz sem zombaria.
Por alguma razão, acho
que a Gina se sentia assim com os irmãos dela. Irmãos são irmãos e irmãos são
complicados. Bom, por hora eu só tenho ele como irmão, imagine se eu tivesse
uns dois, uns três... uns quatro.. uns cinco... seis, até... Talvez seja melhor
apenas tê-lo como meu irmão, por mais que ás vezes ele seja um bobão.
Bufo, minhas mãos,
vestidas por luvas de plástico, já pegando um pincel para untar a fôrma de aço
com manteiga. Então, ponho uma massa colorida devagar, concentrando a seguinte,
e a que viesse depois, em concentrações de círculos concêntricos. Havia
acrescentado um pouco de uns cubos de morango, de abacaxi, de biwi e umas
frutinhas de mirtilo. Tudo em cima do centro. Meio bobo, mas era uma ideia
louca que tive.
E logo ponho para
esquentar a massa dentro do fogão.
— Fala aí, Anita... —
encontro meu irmão sentado no sofá da sala, com uma HQ em mãos que parece ser
uma comic dos Vingadores. — Esse bolo vai ser só entre vocês ou o aniversário
vai ser aberto ao resto da galera?
Arqueio uma sobrancelha,
com minhas mãos já lavadas e meu vestido um pouco manchado na borda do
colarinho. Como assim ele está perguntando sobre o aniversário da Thalia quando
ele acabou de me criticar pelos meus gostos... Impressão minha ou...
— Cê tá interessado em
ir? — eu digo de uma maneira meio zombeteira e não consigo segurar meu sorriso
largo ao vê-lo tão calado. — Eu sabia
que você ia pela barriga ou pelo coração. — e deslizo meus pés após tirar meus
sapatos e então me deitar sob o carpete entre os sofás.
Abro meus olhos depois
de escapar um suspiro, experimentando uma atmosfera aconchegante. A parede pintada
de amarelo queimado, o armário de madeira com umas coisas (televisão e rádio),
uma varanda pequena que dá o alcance de um céu com muitas nuvens e um azul meio
escurecido. Há um lustre um pouco acima de mim, fazendo luz e sombra sob nós
dois.
— Eu ir pelo coração? —
depois de dois minutos de descanso mental, inclino minha cabeça para poder
encarar meu irmão acima de mim. — Que conversa é essa, Berz?!
Dou risada por quê ‘Berz’
é justamente nosso último sobrenome. E também pela cara engraçada que o vejo fazer,
como se fosse um general sério.
— Você é meio bobo
mesmo. — suspiro, erguendo-me do chão e, meio preguiçosa, andando até a
cozinha. — Será que você não percebe a maneira como você olha pra ela?
— Olhar pra ela como? —
ele vai me seguindo. — Eu nem sei como eu olho!
Olho para o forno, pego
um banquinho ali próximo e me sento de costas para a pia.
— Você parece que comeu
alguma coisa estranha. — é tudo que eu digo ao encará-lo.
— Explique. — na minha
frente, após espiar o bolo também, ele cruza os braços.
— Poções do amor, ora
bolas. — falo como se fosse a coisa mais fácil do planeta.
— Até parece que isso
existe. — perdendo o interesse, ele anda de volta até a sala.
Enquanto isso,
esperando o tempo certo de tirar a fôrma do forno, fico pensando como irei
fazer isso. Pensei em ir de cosplay de Lufa-Lufa, como eu me identificava,
desde cedo, com essa casa. Talvez consiga convencer meu irmão a vestir algo
também.
Rio comigo mesma.
Bem-vindos ao lado Hogwarts da Força, temos bolo!
FIM
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'Bolo colorido' inspirado neste vídeo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=AgiNhT_5FBA
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