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domingo, 14 de julho de 2013

[FEITO A MÃO] Reflexão nos Pontilhados



 

Uma nada longa reflexão acompanhada de um copo de café, uma noite, bichos, uma cidade e uma mente agitada de divagações. Quer acompanhar? :)








 Reflexão nos Pontilhados

Diante de minha varanda, vejo várias luzes de várias cores. Vindo de quadrados ou cubos, de esferas de vidro sob um cabo metálico e de formatos que nesta distância não saberei definir. É noite, então esta percepção de claro e de escuro prende a atenção de meus sentidos.
Sinto uma nuvem de tranquilidade me preencher, embora seja difícil afirmar se algum dia fui vazia com este tato que não pertence somente à minha pele ou aos meus nervos. Agora, estou só após tomar solitária um copo de café, mas honestamente não acredito que experimento a infelicidade.
Aqui em casa, todos os outros foram dormir com seus sonhos e com seus pesadelos até o raiar do amanhã. Sob a luz fraca de uma lâmpada na escuridão, as paredes irradiam um silêncio místico poderoso. Lá fora, há muito barulho por conta de um show, mas parecem apenas ecos distantes neste momento.
Também posso escutar os grilos, os besouros, as libélulas, os “bichos de luz”, as mariposas e outros “navegadores falantes” da natureza. Não consigo entrar em acordo com todos eles, porém bem sei como pertencem também ao lugar. À Terra, ao lar.
Acredito que, a eles, eu não saiba ser completamente pacífica por conta de minhas manias. As meio paranoicas e as fobias, digo. Elas se resumem a eu ter medo por eles não terem realmente medo de invadir o espaço ou este silêncio. Assim como esses insetos se agitam com vida, mas também por aparecerem quando exatamente não quero que eles se mostrem.
Mas é inevitável insetos existirem, logo reconheço que devo evitar confrontos e deixá-los viverem a vida deles sossegados. Quando estamos em uma distância que considero seguro, consigo admirá-los.
Apesar de eu ser humana, acho que esses bichos e eu não somos tão diferentes como parece: somos quase a mesma coisa sob um olhar de um caleidoscópio. Somos existências que pairam no finito, pois acredito que pra tudo haja um fim. Não somos, como seres existentes, grandes ou pequenos.
Por que ser grande ou ser pequeno é um ponto de vista. Percebo isto olhando para esta cidade: ou melhor dizendo, tento enxergar essa partícula de cosmo. Cosmo é um termo mais perto do que isto – esta experiência – é, embora eu não tenha certeza de que enxerguei tudo o que ele possa mostrar.
Não sei quem seja eu. Tenho um nome que meus pais me deram há dezoito anos e tenho esse rosto com umas espinhas, bem sei. No entanto, não sei se é certo me definir como uma unidade com estas características ou com um termo por meio de outros olhos. Apenas compreendo que, um dia, irei morrer e não há previsão se será amanhã ou se será daqui alguns anos. Provavelmente, posso chorar ou posso sorrir antes de ser abraçada pela Morte.
Só que, por mais triste isso vá soar para as outras pessoas que são importantes para mim, não quero que elas fiquem assim. Quando isto ocorrer e alguma delas derramar uma lágrima, é de minha vontade em recolhê-la e fazer o rosto se iluminar. Entretanto, para minha falta de sorte, eu estaria em um outro lugar bastante distante enquanto perceberia-as e nenhuma delas conseguiria me notaria.
Contudo, não sei dizer que isso seria o fim de tudo.
Do cosmo, dessas luzes, desses seres, dessa escuridão ou até mesmo do que sou. Tudo o que eu sei é sobre eu realmente não conhecer nenhuma das coisas. Não sei se estas luzes são o que estão ali ou se esses insetos não seriam alguma coisa bastante diferente. Não compreendo se sou uma verdade ou se sou uma mentira. Nem sei também se a Terra não é deste formato ou se o tempo é certo.
Mas quero acreditar que sou uma parte deste fragmento do cosmo. Que há um propósito para que eu esteja aqui e para que esta imagem que vejo permaneça na minha cabeça. Que há um significado para essa sensação de ser dissolúvel a este palco de vida.
Quero acreditar que posso fazer a diferença, embora eu penso sobre não ser capaz de fazer todas as coisas. No entanto, ainda quero fazer a minha existência valer a pena. Realizar de forma que as ligações que faço com todas essas luzes, todas essas escuridões e as conhecidas formas de vida que senti não venham a existir em vão para mim. 

FIM 



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