[LIVRO X FILME] Cidade dos Ossos

Semana passada, chegou aos cinemas do Brasil e do mundo a esperada adaptação de Cidade dos Ossos, primeiro livro da série Instrumentos Mortais, da autora Cassandra Clare. Como boa fã da saga, lá fui eu pro cinema assistir. E o que vi na tela foi... inesperado.

Pra você que é Shadowhunter de primeira viagem, vamos a um resumo básico dos acontecimentos do primeiro livro/filme: Clary Fray (interpretada pela Lilly Collins) vive sua vidinha normal de adolescente em Nova York, morando com a mãe, Jocelyn (a diva Lena Headey), e passando boa parte do seu tempo com o velho amigo da família, Luke (Aidan Turner) e com o seu melhor amigo de sempre, Simon (Robert Sheeran amorzinho). Até que um dia ela resolve entrar numa boate, e vê um cara sendo brutalmente assassinado - e, pra piorar, mais ninguém consegue ver os envolvidos no crime.
É aí que seu caminho se cruza com o de Jace Wayland (Jamie Campbell Bower) e com o submundo. Clary descobre que sua mãe era uma Caçadora de Sombras, uma mestiça de anjos e humanos cuja missão é proteger o nosso mundo de demônios e outros seres. O que já era inaceitavelmente confuso piora quando sua mãe é sequestrada pelo temido Valentim, que está em busca do Cálice, um dos três Instrumentos Mortais do Anjo Raziel. Para reencontrá-la, Clary se envolve cada vez mais no mundo da Clave e dos Caçadores de Sombras, colocando a si mesma e a seus novos amigos na linha de frente do perigo, e redescobrindo sua própria vida.
Primeiro, devo reiterar (inclusive pra mim mesma) que, como toda adaptação dos livros para as telas, Cidade dos Ossos passou por mudanças de enredo. Leitores e fandoms, aceitem: o filme nunca vai ser perfeitamente fiel ao livro, por mil motivos diferentes. Ir com a cabeça pronta pra aceitar essas mudanças é um dos passos para a felicidade, acreditem.
Talvez por isso eu tenha saído da sessão com algum saldo positivo. Eu já estava sabendo de boa parte das mudanças que veria em tela, e sabia que devia encarar o CdO do cinema como um produto à parte da saga literária. Isso por si só deveria me poupar de decepções; infelizmente, não foi suficiente.
A boa notícia era que tudo o que eu temia repudiar acabou se provando ou indiferente, ou surpreendente para mim. As mudanças foram compreensíveis em praticamente todos os casos, e o elenco se provou bastante digno de seus personagens. Gostei muito mais de Jamie Campbell Bower como Jace do que imaginava que gostaria, e acho que ele só não se saiu melhor porque o personagem foi mal desenvolvido em tela; Robert Sheeran roubou todas as cenas em que apareceu e recebeu todo o meu amor e a minha fidelidade eternas como Simon; Godfrey Gao foi um Magnus Bane muito mais bonito do que aquele que eu tinha imaginado; e Lilly Collins não cheirou nem fedeu, mais ou menos como o restante do elenco.
A má notícia é que o filme pecou pelos excessos: excesso de trilha nos momentos errados (o que fizeram com a estufa??) excesso de velocidade nos primeiros minutos, excesso de clichês verdadeiramente HORROROSOS que me deixaram com vergonha alheia e me fizeram rir em mais de um momento. E onde tinha que dar atenção - pro desenvolvimento do relacionamento entre os personagens, pra introdução mais bem feita ao submundo, pra não dar spoilers de mil e um acontecimentos desnecessariamente cedo - deixou a desejar.
No todo, o filme funciona sozinho, e até um pouco como adaptação, mas esperava bem mais do que vi. Talvez seja a pressão de fã falando mais alto, e talvez quando eu ver de novo eu tenha uma opinião melhor, mas por enquanto acho que os roteiristas vão ter que melhorar o trabalho quando trouxerem Cidade das Cinzas à vida. Afinal de contas, amamos a série por um motivo, e queremos ver mais história e menos videoclipe nos próximos filmes!