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"Aquela dor que nunca passa, talvez nunca vai passar, talvez
passe um dia ...
O coração batucava forte sem razão, a dor de tristeza seguia
junto, você pelo menos uma vez já sentiu isso, essa dor que em você já passou,
mas, não sabe como é quando esse
sentimento ruim se instala em seu corpo.
Abrir a geladeira pela décima vez para finalmente decidi r o
que queria, peguei a garrafa de refrigerante, e um copo na estante, aquela dor
me possuía cada vez mais, a garrafa escorregou no meu pé, a dor foi mais forte,
porém fiquei mais feliz, a dor que me preocupava mais agora, era a do pé.
Sinceramente, não gosto dos sorrisos, nem abraços, muito
menos do tocar, tudo se resume em sombras, sombras sem sentidos. Um sorriso só
é verdadeiro quando você quer repassar alegria, ou algo animador, mas nunca se
pode repassar sorrisos desse tipo com dores sentimentais, como posso sorrir ?.
O abraço, de felicidade, de conforto... odeio abraços, não me repassa nada.
Alguns humanos tem a capacidade de ser uma só pessoa, mas,
existem outras que são duas, até três . Sempre existe o rosto que se repassa na
sociedade, mas existe o rosto que fica no seu canto, pensando o sentido de
estar ali, parado e olhando para o nada. Todos temos duas pessoas dentro de si.
Estava atrasado, aquela dor no pé eu nem ligava mais, já
estava acostumado com dores. A apresentação de violino seria a duas horas,
vestir minha roupa formal para a apresentação, peguei as chaves do carro e no
transito tentava lembrar as notas do conserto. Era solteiro, muitos me
criticavam com isso, nunca liguei, meu coração não tem mais espaço para nada,
estar quase para explodir.
Por que sempre tinha que esquecer as notas?, o nervosismo
batia naquela hora quando você lembrou que muitos estão ali por sua causa, “o
melhor que já vi” ouvir uma moça disser, não é fácil ser tão cobrado.
Olhei para meu violino, acho que ele não sentia nada, não
falava com ninguém, era frio por causa do ar condicionado do teatro, era
sentimental por causa de suas cordas que
choravam junto ao público, se errasse algo não seria sua culpa, não ouvia
sombras em seus ouvidos sussurrando o pior que podia acontecer em sua vida, era
um objeto, um simples objeto.
Todos aplaudiram quando entrei, olhei em volta , estava
muito cheio, aqueles olhos vidrados em mim, dei um sorriso, aquele momento era
o único em que sentia algo especial, meu amigo violino em minhas mãos,
posicionei em meus ombros, fechei os olhos, a luz focada em mim.
- Apenas imagine, não olhe para eles ...são sombras – uma
voz em minha mente.
Emitir a primeira nota, meu coração lembrou que devia
bombear sangue, sentir batucar forte, lembrei do passado, meu único amigo fiel
era um desenho na parede, músicas e letras no papel, pessoas eram as ultimas
coisas que recorria, humanos são chatos, apesar de ser um.
A dor ia se desmanchando com o choro do violino, as lágrimas
escorrendo no rosto, o nervosismo já passara naquele momento, pensei que nem
mesmo pés eu tinha, estava nas nuvens, não queira nunca mais descer dos céus.
As notas já haviam se espalhado no ar, a música chegou ao fim, minha mente se
esvaziou, abrir os olhos, tudo voltou a realidade... infelizmente. "
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ai que texto lindo!!!
ResponderExcluiramando os textos que você tem postados aqui. parabens ao Victor
bjo
Oie Larissa =)
ResponderExcluirQue lindo o texto do Victo *---*
Singelo e ao mesmo tempo tão emocionante!
Lindo!
Beijos e um ótima semana;***
Ane Reis.
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