Título (Original): Crépuscule Ville
Autor(a): Lolita Pille
Editora: Íntrinseca
Ano da primeira publicação: 2010
Nº de páginas: 301
Na Cidade da Penumbra, o sol há muito tempo não aparece e a
felicidade é compulsória – para tal, uma série de estranhas medidas
governamentais são tomadas: a legalização das drogas (tomadas até em
refrigerantes) e da pedofilia, o direito citadino a cirurgias plásticas e o
serviço de proteção contra si mesmo (SPS), de nome auto explicativo. As
corporações tomaram conta, trabalho escravo pode saldar dívidas e os celulares
(aqui chamados de rastreadores) avisam sobre qualquer tipo de compatibilidade
romântica.
Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Não seria algo tão estranho assim se não fosse pela
existência da preventiva-suicídios, órgão dentro da SPS encarregado de evitar
tais casos. Este foi parar na mão de Syd Paradine (cujo nome é uma homenagem
aos noirs). Alcoólatra e em processo de divórcio com a filha do dono de metade
da cidade (na Cidade da Penumbra, os casamentos expiram após quatro anos de
união), ele se recusa a se adaptar as regras vigentes, nunca “caindo na faca” e
ignorando a confissão obrigatória de quinze minutos, onde todos despejam seus
problemas. Foi essa percepção um pouco diferenciada que o fez perceber algo
estranho na cidade, que mudaria completamente o curso de sua vida entediada e
miserável.
“- Eu também estou
fazendo um regime – disse ela.
- Ah, sim, qual? –
Syd respondeu, educadamente.
- Cocaína diet. –
disse ela.
Syd franziu o
cenho. A garota detestava pó.
- Eu sei – disse ela
-, existem opções menos radicais. Meu médico me mostrou a técnica boa para
vomitar, mas o que você quer? Ela destrói os dentes. E a aspiração deixa seqüelas
insignifcantes.
- Hum, e você já
pensou em fazer algum esporte? – respondeu Syd.
Carrie Vence o
olhou como se ele tivesse sugerido que ela se cortasse toda.”
Foi Cidade da penumbra que confirmou minha antipatia com
sinopses: na contracapa do livro, é dada a Blue, interesse romântico de Syd,
uma importância exagerada. Syd, sua solidão e problemas são os protagonistas.
Assim como o suicídio de Collin – a sua apresentação foi apenas um artifício da
autora para mostrar a loucura é que a Cidade da Penumbra.
O grande defeito do livro – que se torna qualidade depois da
primeira releitura – é a forma com que ele é escrito: Lolita Pille, assim como
vários escritores franceses de sua geração, não liga muito para deixar as
coisas claras para o leitor. A prosa é poética, e talvez tão poética que aqueles
desacostumados com o gênero tem que quebrar um pouquinho a cabeça para entender
o que ela quer dizer. Pessoalmente, só tive um panorama geral da Cidade da
penumbra quando o li pela segunda vez – na primeira, só peguei o enredo.
Mas ainda assim vale a pena – leitura quase obrigatória para
fãs de distopias.
To com ele aqui, comprei por R$8 na Bienal do ano passado.
ResponderExcluirAcho que vai ser minha próxima leitura :D
Me entusiasmei, mas acho meio difícil fazer uma resenha de um livro tão bom quanto esse hahah Ainda mais não dar spoiler!
Tá de parabéns. Vou ler logo.
Ah, tanto o título quanto a sinopse (de como é a cidade e tudo) me lembrou MUITO o filme Cidade das Sombras, que é ótimo.
Nossa, gostei.
ResponderExcluirNão amei loucamente, porque não sou uma grande apreciadora de distopias, mas parece ser um bom livro.
Ficarei atenta e pretendo comprá-lo um dia.
Ótima resenha!
Cidade das sombras, Cidade da penumbra, Cidade dos ossos... São muitas cidades para o meu gosto. rs
ResponderExcluirMas eu gostei da história do livro. Também, né? Distopia! Não podia esperar nada diferente do meu subgênero literário favorito. Vou ver se consigo achar esse livro em algum sebo. Fiquei curiosa, ainda mais pela críticas sociais/culturais tão reforçadas no plot.
Gosto bastante de distopias
ResponderExcluirE essa parece ser bem interessante e uma das que me ganharia
Beijos
@pocketlibro
pocketlibro.blogspot.com.br
Lolita Pille é a de Hell, certo?
ResponderExcluirFiquei interessada, mas acho que não aguentaria a leitura.
Sinceramente? Não gostei do livro. O enredo é muito bom, mas como voce disse na resenha, é muito complicado. Eu comprei esse livro todo empolgado, pois tinha lido Hell-Paris e adorei, mas quando comecei a ler Cidade da Penumbra fiquei desapontado. Posso dizer que conclui a leitura a pulso, pois não gosto de interromper um livro depois que começo. Como disse, o enredo é muito bom, mas infelizmente a Lolita Pille não soube desenvolve-lo, acho alias que esse é o maior defeito dela como escritora. Em Hell-Paris acontece a mesma coisa, o enredo é ótimo, mas ele é muito, mais muito, mau trabalhado. Se ela tivesse deixado a idéia de Hell-Paris amadurecer o livro estaria a altura de uma obra de Dostoievski. Em cidade da Penumbra ocorre a mesma coisa, ótimo enredo, porem a autora não o explorou corretamente.
ResponderExcluirSó pra deixar claro, eu adoro Hell-Paris, é um excelente livro, só acho que em virtude da magnificência do enredo, o livro poderia ser muito melhor do que é.
Vagner Leme
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