Edição: 1
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580571608
Ano: 2012
Páginas: 368
Sinopse: Sob suas tendas listradas de preto e branco uma experiência única está prestes a ser revelada: um banquete para os sentidos, um lugar no qual é possível se perder em um Labirinto de Nuvens, vagar por um exuberante Jardim de Gelo, assistir maravilhado a uma contorcionista tatuada se dobrar até caber em uma pequena caixa de vidro ou deixar-se envolver pelos deliciosos aromas de caramelo e canela que pairam no ar. Por trás de todos os truques e encantos, porém, uma feroz competição está em andamento: um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, treinados desde a infância para participar de um duelo ao qual apenas um deles sobreviverá. À medida que o circo viaja pelo mundo, as façanhas de magia ganham novos e fantásticos contornos. Celia e Marco, porém, encaram tudo como uma maravilhosa parceria. Inocentes, mergulham de cabeça num amor profundo, mágico e apaixonado, que faz as luzes cintilarem e o ambiente esquentar cada vez que suas mãos se tocam. Mas o jogo tem que continuar, e o destino de todos os envolvidos, do extraordinário elenco circense à plateia, está, assim como os acrobatas acima deles, na corda bamba.
Quando era criança, a mãe de Celia Bowen cometeu suicídio, deixando-a sob a custódia do pai, o famoso ilusionista Próspero - a.k.a. Hector Bowen - que, verdade seja dita, nunca se interessou muito por ela. Isso muda, contudo, no momento em que a garota põe os pés em seu escritório. Ao ser destratada, a raiva foge de seu controle e ela começa a... fazer coisas acontecerem. Coisas que não deveriam ser possíveis. Coisas que Hector só costumava ver em suas próprias performances.
Ele chama, então, seu misterioso colega Alexander, e propõe a ele um desafio. Ele treinará Celia, e Alexander poderá arranjar um novo pupilo, e, quando chegar a hora, ambos disputarão até a morte num duelo cujas regras apenas seus mentores conhecem a fundo, e cujo limite está acima até mesmo da magia, como costuma ser chamada. E assim, Alexander e Hector seguem caminhos - e métodos - separados.
Enquanto Celia é treinada no familiar ambiente do palco de Próspero, sendo constantemente desafiada a quebrar os limites de suas manipulações, o pupilo de Alexander - Marco, um jovem garoto que ele escolhe cuidadosamente num orfanato - cresce rodeado de livros e teorias. Ao longo de seu treinamento, nenhuma regra é mencionada, e eles desconhecem seus oponentes. O desafio, se é que existe, não tem data certa para começar.
Paralelamente, o excêntrico Chandresh Lefréve reúne um seleto grupo em um de seus famosos Jantares da Meia-Noite para fazer uma proposta. Ele quer montar um circo, mas não um circo qualquer; o que Monsieur Lefréve busca é uma experiência diferente, quase intangível de arte, que junte o diferencial do circo com as maravilhas do oculto e misterioso. É assim que nasce Le Cirque des Rêves, o Circo dos Sonhos - um ambiente todo projetado em preto e branco, com caminhos sinuosos e atrações infinitas, funcionando do crepúsculo até os primeiros sinais da alvorada. E é este circo que servirá de palco para o duelo entre Marco e Celia.
Sem terem plena consciência da extensão e da importância de seus movimentos neste complicado xadrez humano, Marco e Celia passam a trabalhar no Cirque des Rêves - ele nos bastidores, como assistente pessoal de Monsieur Lefréve, e ela como Ilusionista, se apresentando como uma das principais atrações do circo. Cada movimento e cada ação não apenas movimenta o jogo, como altera as pessoas envolvidas no circo e o espaço compartilhado por eles. Embora tentem compreender, nenhum dos dois sabe ao certo quais os parâmetros que julgarão um vencedor e um perdedor - e desconhecem também as consequências de se ganhar ou perder. E o que já era complicado se torna ainda pior quando o amor é adicionado a essa perigosa equação.
Há um bom tempo atrás, quando vi uma entrevista com a autora Erin Morgenstern na Revista Época, junto com uma breve resenha do livro, lembro de ter pensado duas coisas: primeiro, em como essa capa era bonita; e segundo, como era original alguém ter pensado em fazer um livro de fantasia usando o circo como ambiente. Até hoje, nunca tinha lido nada parecido.
A ideia de ler Circo da Noite ficou no limbo até que eu conseguisse adquiri-lo, e depois um pouco mais, enquanto ele esperava na fila. Aí um dia, numa enquete de leitura, várias pessoas me imploraram que ele fosse o escolhido. Lá fui eu.
Cara. Que ótima escolha.
Desde o primeiro capítulo, percebi que o circo é apenas um dos vários diferenciais ao longo da narrativa. Tudo, desde a abertura de capítulos, a escolha de palavras e até os entreatos são completamente diferentes do que eu esperava. Não é um romance sobrenatural água com açúcar, toneladas de dramas amorosos e crises adolescentes; é uma história que definitivamente engloba muito mais do que apenas o casal principal. Por muito tempo, eles sequer são o centro da narrativa. Há tantos grupos de personagens, e todos eles são tão importantes e bem construídos, que não precisa existir uma encheção de linguiça pra história funcionar a longo prazo - ela simplesmente funciona.
Num ritmo não-linear (e que, confesso, é bastante confuso a princípio) acompanhamos o nascimento e o desenvolvimento do circo e de seu elenco, assim como o crescimento não apenas de Marco e Celia, mas de muitos personagens cuja relevância não fica exatamente clara até chegar a hora certa. O Circo da Noite é aquele tipo de livro que, a princípio, parece estar te dando muito mais informações do que você realmente precisaria saber, mas que costura cada detalhe sem deixar nenhuma pontinha solta.
Como o enredo não se concentra exclusivamente no casal de protagonistas, dando espaço pro desenvolvimento de vários personagens, arrisco dizer que, embora tenha gostado muito de Marco e de Celia, eles não são meus preferidos. Além de eu ter criado um amorzinho especial por Fredrick Thierssen (o relojoeiro que se transforma no maior fã do Cirque des Rêves, e um dos maiores responsáveis pelo seu sucesso), me encantei principalmente pelos gêmeos Murray, Poppet e Widget, que demoram a aparecer de maneira memorável, mas são o epicentro de muitos dos acontecimentos finais.
Terminei de ler O Circo da Noite com aquela impressão de que poderia falar sobre ele por horas e horas, e me perguntando por que nunca tinha lido nenhuma resenha sobre ele. Sério, é um livro tão bom! Cadê as pessoas que leram? Quero conhecer vocês!!
Altamente indicado. Leiam e venham me procurar ;)
Oie Larissa =)
ResponderExcluirComprei esse livro no ano passado e ainda não tive oportunidade de ler ele ainda.
Lembro de quando ele foi lançado, muitas pessoas criticaram o fato do ritmo da narrativa ser um pouco lento, mas acho que isso não vai ser um problema para mim.
Gosto de histórias que vão se revelando aos poucos e que me conquista a cada capítulo. E pela sua resenha ele é esse tipo de livro.
Ótima resenha!
Beijos e uma ótima semana!
;***
Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary
oi Larissa, tudo bem? antes de mais nada gostaria de te parabenizar pelo seu talento com seus contos lá no blog da Samantha, não consigo ficar sem lê-los
ResponderExcluircomo a Ane colocou a leitura lenta e o ritmo pra mim um tanto cansativo foram cruciais em minha escolha de trocar esse livro!
http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Oie Lari
ResponderExcluirna época do lançamento o livro foi bem criticado, mas eu adorei!! E engraçado que nem mesmo gosto de circo rs pra você ter ideia do quanto o livro e a prosa de Erin me fisgaram!!
bjos
www.mybooklit.com
Lembro quando a Intrínseca lançou o Circo da Noite, há um ano, a empolgação em torno do livro me deixou super desanimado, mas, assim como você, achei a capa super chamativa. Nunca busquei saber do que se tratava e os poucos comentários que ouvi sobre ele foram super negativos... Enfim, adoro suas resenhas e o modo como você expressa seu ponto de vista, mas, não tenho nem uma gota de vontade de ler esse livro. :P
ResponderExcluirSamuel,
www.garotoleitor.com
Ainda não tinha lido uma resenha sobre esse livro e bom, você me deixou curiosa. Quando ele foi lançado eu lembro de ter adorado a capa tbm (amo capas!), mas não tinha entendido muito bem do que se tratava a história. Agora estou curiosíssima sobre ele. Tentarei começar a leitura, mas tenho tantos livros na frente...
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