Banner Submarino

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

[FEITO A MÃO] Eu Odeio o Dia das Bruxas



Entrando no clima do dia das bruxas, aí vai um continho pra vocês!
na verdade eu realmente não faço ideia do que escrever nessa parte para convencer vocês a apertarem no continue lendo.


     Acordei com meu irmão me dando um susto, fantasiado de lobisomem. Péssima maneira de começar o dia, gritando de medo para todos os vizinhos te ouvirem.

     É por isso que eu sinto falta da Espanha! Não que eu seja exatamente ligada a tradições religiosas, mas esta coisa de "Doces e Travessuras" aqui dos Estados Unidos é demais para mim!

     Apesar de que eu tenha feito bons amigos por aqui, queria muito voltar para Barcelona, onde eu conseguia falar as palavras perfeitamente e as pessoas não diziam meu nome estranhamente. Por favor, qual o grande problema com Maria Fernanda? ODEIO quando falam "Marraiahhhhh"!

     Mas, pelo menos meus amigos são legais o bastante para curtir o dia das bruxas comigo longe dali, passando a noite em uma mansão supostamente mal assombrada. Eu achei ridículo, mas... así es la vida, então entre ir e ficar aqui, eu vou.

     Ethan buzinou na frente da minha casa às seis da tarde, e eu desci correndo. Dentro de seu carro, já estavam Liam, Logan e Maddison.
     
     - Maria, qual seu problema? - Perguntou Liam, sarcástico - Odeia o dia das bruxas, mas veste preto?
     
     - Se você não sabe, na Espanha só comemoramos a véspera do Dia de Los Muertos, e preto é a cor do luto.

     - Ui, que medo! - Ironizou Logan, rindo. - Talvez alguns "muertos" ressuscitem para você na nossa mansão assombrada!

     - Haha, isso não tem a mínima graça.
  
     - Meninos, respeito pelos costumes dela! - Defendeu-me Maddison.

     Uma hora depois, chegamos na boba mansão. Ela era branca, com a pintura meio envelhecida e janelas de madeira. O jardim havia sido arrumado recentemente, embora o local desse arrepios.

     Logan começou a fazer "uhh" e tremer os braços, idiotamente. Maddison deu um soco leve em seu braço, mas ele e Liam só riram. Começamos a descarregar as coisas do carro, encher os colchões de ar na sala e arrumar tudo para dormimos mais tarde.

     A mobília era completamente antiga, mas tinha uma televisão nova, enorme, sistema de som e tudo. Recusei-me a ir para o segundo andar.

     Aquilo era realmente assustador.

     Começamos a assistir uma maratona de filmes de terror, que eu tenho certeza que foi pego só para me assustar ainda mais. Cobri meu rosto nas partes mais tensas, mas consegui aguentar a maior parte. Comemos pizza, pipoca e mais um monte de besteiras, e estava tudo tranquilo e divertido.

     Foi aí que a luz acabou.

     Eu e Maddi gritamos, assustadas. Liam disse que iria conferir a caixa de força, e nós ficamos abraçadas, enquanto Ethan e Logan procuravam nossas mochilas para pegar lanternas. Fiquei abraçada com minha amiga, assustada. Passos começaram a ecoar no andar de cima, uma voz bruxoleante gritava "doces ou travessuras".

     - Quem disse isso? - Perguntou Logan, com um pouco de medo na voz. E eu sabia reconhecer tonalidades de voz o bastante para saber que aquilo era medo de verdade.

     - Lo-loggie... Vem a-aqui-i, por favor. - Chamou Maddi, tremendo. Ela estava fria, e seu coração batia acelerado.

     - Madre de Dios, lo que está passando?- Perguntei para o nada, em desespero. Senti uma mão segurar a minha e gritei.

     - Calma, Maria! Sou só eu! - Disse Ethan, me puxando para ele. - Deve ser o idiota do Liam, foi ele que reservou a casa e...

     - Cala a boca! - Gritou Liam, perto de nós - Eu não fiz merda nenhuma!

     Os gritos aumentaram, os passos ficaram mais fortes. Um forte cheiro de incenso tomou a casa, e na escada era possível se ver uma iluminação meio avermelhada, assustadora.

     - Alguém me tira daqui, por todos los santos! - Gritei, quase chorando. Estávamos todos juntos em um colchão: Maddi abraçada a Logan e segurando minha mão, Ethan me puxando pela cintura, com minha cabeça encostada em seus ombros e Liam sentado de frente para mim e ela.

     - Pre-precisamos da lanterna, - Gaguejou Liam - e subir lá para ver o que é.

     - Quê?-Minha melhor amiga perguntou, apavorada - Você pirou? Se quiser ir, vá sozinho!

     - Mas... - Ele começou a replicar, mas parou, provavelmente sentindo o mesmo que pingava em mim: algo gosmento, com cheiro forte e...

     - AHHHHH! SANGRE! - Berrei, quando reconheci o que era. - Mi San Expedito, ayúdame, protégeme!

     - AHHHH, É SANGUE MESMO! EU NÃO SEI PRA QUE SANTO A MARIA TÁ REZANDO, MAS ME PROTEJE PELO AMOR DE DEUS!

     - Calma!

     - E você quer que a gente tire calma de onde? - Berrou Maddi, apertando minha mão com força. - Eu quero sair daqui AGORA!

     Uma música assustadora começou a ser cantada, e sombras começaram a aparecer na escada. Corremos até a porta, que demorou para abrir. Por sorte, a chave do carro estava no bolso de Ethan. As luzes começavam a aparecer onde estávamos quando o carro ligou e saímos a toda velocidade daquele local.

     Fomos todos para a minha casa, que era a mais próxima, e enfiamo-nos no meu quarto, assustando a minha mãe. Nos trancamos e ficamos lá, assistindo comédias românticas até adormecermos. Na manhã seguinte, acordei abraçada a Ethan, e a primeira coisa que vi foi uma folha de papel negra em minha janela. Fui até lá, com o coração batendo um pouco forte. Sem coragem de abrir sozinha, acordei-os.

     Liam, um pouco mais corajoso que os outros, resolveu abrir e ler para nós o bilhete escrito com uma caligrafia fina e inclinada.

     - Vocês fugiram como cordeiros ontem, mas isto não os tira da fila do a...abate. Sexta feira treze está próxima, e eu não sei se deixarei-os escaparem novamente.

     Nos olhamos, calados.

     Tudo se resolveria em doze dias.

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário