Autora: Babi Dewet
Edição: 1
Editora: Generale
ISBN: 978-85-63993-63-2
Ano: 2013
Páginas: 329
Sinopse: Amanda está sozinha. A garota mais popular da cidade agora é alvo de insultos no colégio. Suas amigas se sentem traídas. Seu melhor amigo não quer nem saber da sua versão da história. Ele foi embora, e ela é a culpada. Também, por sua culpa, a banda chegou ao fim. Podemos ser muito mais do que as pessoas acham que somos, não foi isso que Daniel disse a ela quando partiu sem nem se despedir?
Pois Amanda irá provar a todos que mudou.
A amizade de Amanda com Kevin ficará cada vez mais forte, superando todo tipo de preconceito, e ela irá atrás do perdão de seus amigos. Entre brigas e partidas de paintball, bailes aos sábados com novos integrantes e um festival de música que irá mudar a vida de todos, Amanda e Daniel tentarão se acertar. Já os marotos, antes tão detestados, agora serão as celebridades da vez. Será que terão maturidade suficiente para enfrentar essa nova fase e conquistar o coração de suas amadas?
Você, leitor, que se encantou com o primeiro volume da série Sábado à Noite, irá surpreender-se e emocionar-se ainda mais com a continuação dessa saga sobre amizade, perdão, amor e, claro, muita música.
CUIDADO - Contém spoilers do livro anterior!
SAN II começa do exato ponto em que o livro anterior acaba - Amanda acorda sozinha, após passar a noite com Daniel, e descobre que ele foi embora. Pra outro país. Não dá pra piorar, certo?
Errado. Se tem uma coisa que Amanda vai descobrir logo, logo, é que as coisas tem, sim, muito potencial pra piorarem. Na escola, ela se transformou de popular a repudiada - Daniel foi expulso por sua causa, foi embora por sua causa, e a Scotty chegou ao fim por sua causa. Sem mais mascarados nos bailes de sábado à noite. Até os marotos estão meio putos com ela. Quando foi que sua vida perfeita virou de pernas pro ar?
Mas se tem remédio pra alguma coisa, é o tempo. Aos poucos, as coisas vão se ajeitando, embora não retornem ao lugar em que sempre estiveram: os marotos são, de repente, os novos populares, e Amanda e suas amigas são quem se escondem sob sua sombra e proteção. Ela, sempre tão certinha, logo se vê envolta numa vida muito mais maluca e divertida, entre festas na casa de Bruno, algumas bebedeiras fora do controle, paintball e tardes suscetivas na detenção do colégio. Tudo pra tentar tapar o buraco da ausência de Daniel. Tudo em vão.
Os meses passam, e, sem avisá-la, Daniel volta. Mas muita água já correu entre ele e Amanda e dificilmente as coisas poderiam voltar a ser como eram antes. E como eram antes mesmo? Nada tão bom que não pudesse melhorar, e muito. Nem Amanda nem Daniel querem se machucar novamente, e por isso tentam adotar a política de "vamos ser amigos antes de qualquer coisa" - aquele tipo de comportamento que a gente sabe que está fadado a dar errado entre duas pessoas que se amam incondicionalmente, mas que fingimos acreditar mesmo assim. Entre encontros e desencontros, muitas histórias mal contadas e uma fingida amizade colorida, os dois amadurecem - e a Scotty também, para delírio dos garotos e desespero das meninas. As consequências para os corações envolvidos quando a bandinha da escola começar a tomar proporções muito maiores, ninguém pode prever. E para Amanda e Daniel... bem, esse é só o começo.
Quando peguei SAN II nas mãos pela primeira vez, tive duas reações automáticas: uma foi ficar deliciada por finalmente ter a continuação em mãos, e poder desenrolar a série inaceitável de acontecimentos que encerrou o primeiro volume; e a segunda, confesso, foi uma pontinha de receio ao me deparar com o tamanho do livro. Não por medo de livros grandes (poxa vida, já li coisas bem maiores!) mas por ficar com aquela conhecida sensação de "o que será que a autora aprontou pra ficar desse tamanho?"
Quantidade de páginas nunca é um problema em se tratando da escrita da Babi. Enquanto lia o primeiro volume, tinha sempre aquela impressão de que poderia passar o resto os meus dias lendo uma única história. Com SAN II isso já não se repetiu tanto. Embora a narrativa continue tão gostosa quanto eu me lembrava, Dos bailes para a fama tem um defeito crucial pra mim (e percebam aqui que não é um defeito da história, mas uma pirraça pessoal): eu já sei que eles se amam, e não consigo aguentar toda a série de complicações que os afastam. Sabe quando você, como leitor, só tem vontade de pegar os dois pelo pescoço, juntá-los e dizer "se resolvam, cacete"? É mais ou menos por aí. Depois de um tempo, comecei a ficar desgastada pelos empecilhos, quase sempre mais internos que externos, que mantinham os dois separados. Acabei achando a leitura muito mais longa do que gostaria que fosse, como se boa parte da ladainha pudesse ter sido poupada.
Mesmo assim, entendo porque ela não foi. Muito tempo, muito tempo mesmo, se passa entre o início e o final do livro, e é claro que, pra fazer as coisas do jeito certo, eles primeiro precisam ter seus erros. É nítido o quão saudável todo esse processo é pra ambas as partes, e definitivamente a Amanda e o Daniel do epílogo não são os mesmos de quando o livro começou. É incrível acompanhar esse crescimento, por mais irritante que seja vê-los bater a cabeça contra a parede.
SAN II tem essa coisa maravilhosa de te fazer mergulhar na história a ponto de tomar todos os personagens como figuras reais. É inevitável se envolver com tudo com a quem assiste a um drama de um amigo, e ao mesmo tempo acompanha uma novela - a gente quer resolver por eles, mas também quer que eles se resolvam. Damos conselhos em voz alta pras páginas, reclamamos deles pra outra pessoa que nem sabe do que diabos nós estamos falando. É o tipo de livro que tem tanta vida que começa a gritar pra ser vivida, e que chora quando acaba. Ainda bem que tem mais. Logo, logo, tem SAN III pra me matar de novo.
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