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domingo, 15 de setembro de 2013

[RESENHA] Azar o Seu! - Carol Sabar


Minha Edição: 1
Editora: Jangada
ISBN: 978-85-64850-36-1
Ano: 2013
Páginas: 367
Sinopse: Bia está parada num engarrafamento, na Linha Vermelha, no Rio de Janeiro, pensando em sua vida azarada. Sem emprego, atolada em dívidas, ela não imagina que está prestes a viver a grande coincidência da sua vida. O motorista do carro ao lado está buzinando, tentando se comunicar com ela, como se fosse um velho conhecido...
Do nada motorista sai do carro, mas não tem tempo de se explicar, pois começa um violento tiroteio e eles têm que se jogar lado a lado no asfalto. Certa de que está prestes a morrer, Bia entra em desespero e se prepara para dizer suas últimas palavras, na esperança de que o suposto desconhecido deitado ao seu lado possa levar um recado a Guga, seu amor da adolescência.
Os dois escapam juntos do tiroteio e, a partir daí, começam a se envolver cada vez mais. Mas o conhecido insiste em ser chamado apenas de Cara, adiando sempre a revelação de seu nome. E Bia já está ficando impaciente.

(Adaptado da orelha do livro)

Eu não ligo para chicklits. Pois é. Eu sou aquele tipo que torce nariz para Nicholas Sparks e nunca conseguiu terminar algo da Marian Keyes.
Mas mesmo assim lá de vez em quando um chicklit cai nas minhas mãos e eu leio. Se cair nas minhas graças, eu devoro. Azar o Seu! foi um dos que não sobraram nem as migalhas para contar a história. Fiquei uma semana obcecada com esse livro. Até criei uma playlist com as músicas que a Carol (ou a Bia, dependendo do ponto de vista) cita no livro.

A Bia gosta de acreditar que é azarada, mas na verdade ela acaba sempre overthinking tudo e tomando
decisões bem suspeitas. E ao invés de culpar a si mesma, culpa a vida, o karma, Deus e sabe-se lá mais qual força que rege o Universo.
E ela é distraída. Muito. Pense na sua amiga mais distraída (porque todos temos uma). Agora duplique essa distração por dois. Você tem Ana Beatriz Guimarães.
Muitas vezes durante o livro eu xinguei essa menina por ser tão distraída. Até de burra chamei a garota. Peço desculpas publicamente agora. Bia, foi o calor do momento, espero que entenda.

A Bia acabou de perder o emprego no Rio, então voltou pra Juiz de Fora e está morando com o pai, que é dono de uma floricultura.
O livro começa com ela saindo do funeral de uma parente distante, o qual o pai a enviou para representar a família. Nesse mesmo funeral em que ela deu uns amassos no primo de terceiro grau (no cemitério! Que eu espero que tenha sido um cemitério judeu, porque, como diz minha mãe, túmulo é coisa suja!).
Ela está voltando para Minas pela rodovia Linha Vermelha. O trânsito está insuportável, e quando ela emparelha com um carro, o cara dentro começa a fazer sinais para ela. Claro que ignora, porque é o que fazemos quando pessoas desconhecidas mexem conosco na rua. Mesmo que eles pareçam muito lindos.
Mas o motorista não se dá por vencido e sai do carro indo em direção à Kombi da floricultura que Bia está dirigindo. É nessa hora que o tiroteio começa.
Ela sai do carro e acaba indo parar em baixo da Kombi com o desconhecido a protegendo. Bia só consegue encontrar uma explicação sobrenatural para aquele cara e chega a conclusão que é seu Amparador Espiritual, que está ali para conduzi-la para a morte. É assim que ela acaba falando demais. Conta que não pode morrer sem que o Guga, seu amigo de infância e irmão da sua ex-melhor amiga, saiba que ela sempre foi apaixonada por ele. Mesmo depois de dez anos sem vê-lo ou ter notícias dele, quando o garoto partiu para estudar música em Londres e a abandonou.
Acabam escapando do tiroteio com a Kombi e Bia descobre que o desconhecido não era Amparador coisa nenhuma, mas sim um cara de carne e osso. Que não queria que ela soubesse seu nome e insistia que ela o chamasse apenas de Cara. Os dois voltam juntos para Juiz de Fora são e salvos e o Cara faz questão de vê-la de novo.
No dia seguinte, Seu Válter está lendo o jornal, e Bia se desespera por ele sequer cogitar que ela tenha estado próximo do tiroteio, ainda mais ter participado dele. Mesmo que ela tenha mentido e dito que tinha voltado por outro caminho. Mas tudo o que o pai de Bia vê é uma notícia na coluna social do jornal: o anúncio que sua ex-melhor amiga, Raíssa, vai se casar. E isso quer dizer que Guga, o irmão dela, estará de volta à Juiz de Fora. Depois de dez anos, será que ela finalmente verá ele de novo?



Há uma certa coisa sobre chicklits brasileiros bem escritos que não sei bem dizer. Uma certa emoção que flui pelas páginas, que não te deixa parar de ler até que você feche a contra-capa e se dê conta que acabou.
É assim que me senti lendo Azar o Seu!
Já tinha lido um chicklit que me deu a mesma sensação, Você Tem Meia Hora, da Camila Nascimento. Embora as histórias sejam completamente diferentes, as escritas não coincidam e a ambientação esteja a quilômetros de distância, o sentimento ao virar as páginas foi o mesmo: Brasil.
Quando falamos em chicklits estamos acostumados a pensar Meg Cabot, Sophie Kinsella, Emily Giffin, Marian Keyes. E assim vem também o pensamento de garotas americanas, inglesas, culturas diferentes.
Mas quando se lê Azar o Seu tudo o que a gente consegue sentir é o pão francês com requeijão acompanhado de um cafezinho bem forte no café da manhã. Um arroz com feijão e bife no almoço. Aquela macarronada com a mesa cheia de falatório no domingo.
Esses livros de mocinha tem gosto, tem cheiro (churrasco e pão de queijo assando) e tem som (Paralamas, Cazuza e Zélia) de Brasil.
E acho que é por isso que gostei tanto.
Porque a história da Bia era bem possível de acontecer com uma das minhas conhecidas que se chamam Bia. Que a Raíssa é uma pitada de mim, um pouquinho de alguma amiga, e um pouquinho mais de alguma tia minha. Que o Seu Válter tem o jeitinho da minha mãe. Que a relação da Raíssa e do Guga é a minha relação com meus irmãos.
É aquela fase de infância que todo brasileiro passa: querer secretamente ser paquita da Xuxa. Ou piloto de fórmula um igual o Senna, goleiro de futebol igual o Tafarel.
É representar realmente a vida brasileira no seu dia a dia.
É Guaraná com pipoca em jogo da Copa do Mundo.

"Não existe regra para as coisas da vida. Mas, na maioria das vezes, nós estamos onde escolhemos estar." 
Seu Válter, pai da Bia 
Playlist com as músicas do livro:






Aqui tem a resenha da Nath do Deu a Louca que tem mais spoilers do livro, mas também mais gifs! E tem também a playlist que a própria autora fez.

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5 comentários:

  1. Adorei sua resenha!
    Muito bem humorada e OMG, eu preciso desse livro! Haha''
    Diferentemente de você, eu amo chick-lit's e por isso posso até ser suspeita, masa história me interessou bastante.
    Mais um pra lista interminável de leituras.

    Beijão.
    Annie Stephanie - http://muchdreamer.blogspot.com.br/

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  2. Adoreei a resenha! (e o gif da Stana Katic tbm *O*)
    Gosto muito de chicklits e fiquei tentada com esse livro. Vou com certeza colocá-lo na minha lista de 'próximas leituras'.

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  3. Maria, eu tô tão feliz que você gostou desse livro e conheceu a Carol e essas coisas e essa resenha ficou um trem tão fofo que não estou conseguindo sdauifndsjlkfnskdfdsf
    beijos! <3

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  4. sim, todos temos uma amiga azarada hjahahhahaa
    esse livro está na minha lista de desejados, ir parar embaixo de uma combi? Gente, preciso ler isso!
    Há mtos chick lits brasileiros simplesmente ótimos, e como vc disse o melhor é q a gente vê essas histórias sendo possíveis, pq a identificação é muito maior!!!
    To doida pra conhecer a escrita da carol, e tenho certeza q vou gostar <3

    Bjs
    Daiane
    nouniversodaliteratura.com

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