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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

[RESENHA] Julieta — Anne Fortier



Título original: Juliet
Autor: Anne Fortier
Editora:  Arqueiro
Ano da primeira publicação: 2010
Número de páginas: 441

(A sinopse é grande, gente, desculpa. Vou por aqui porque não consegui resumir, mas quem quiser não lê)

“Julie Jacobs e sua irmã gêmea, Janice, nasceram em Siena, na Itália, mas desde os três anos foram criadas nos Estados Unidos por sua tia-avó Rose, que as adotou depois que seus pais morreram num acidente de carro.

Passados mais de vinte anos, a morte de Rose transforma completamente a vida de Julie. Enquanto sua irmã herda a casa da tia, para ela restam apenas uma carta e uma revelação surpreendente: seu nome é Giulietta Tolomei.



A carta diz que sua mãe havia descoberto um tesouro familiar, muito antigo e misterioso. Mesmo acreditando que sua busca será infrutífera, Julie parte para Siena.

Seus temores se confirmam ao ver que tudo que sua mãe deixou foram papéis velhos – um caderno com diversos esboços de uma única escultura, uma antiga edição de Romeu e Julieta e o velho diário do famoso pintor italiano, Maestro Ambrogio. Mas logo ela descobre que a caça ao tesouro está apenas começando.

O diário conta uma história trágica: há mais de 600 anos, dois jovens amantes, Giulietta Tolomei e Romeo Marescotti, morreram vítimas do ódio irreconciliável entre os Tolomei e os Salimbeni.  Desde então, uma terrível maldição persegue essas duas famílias.

E, levando-se em conta a linhagem e o nome de batismo de Julie, ela provavelmente é a próxima vítima. Tentando quebrar a maldição, começa a explorar a cidade e a se relacionar com sienenses. À medida que se aproxima da verdade, sua vida corre cada vez mais perigo.

Instigante, repleto de romance, suspense e reviravoltas, Julieta – livro de estreia de Anne Fortier – nos leva a uma deliciosa viagem entre duas Sienas: a de 1340 e a de hoje. É a história de uma lenda de mais de 600 anos que atravessou os séculos e foi imortalizada por Shakespeare. Mas é também a história de uma mulher moderna, que descobre suas origens, sua identidade e um sentimento devastador e completamente novo para ela: o amor.”

Eu estava feliz com a minha amiguinha (A Mari Guimarães, dos diários de bordo de Philladelphia, sabe?) numa Bienal do livro, quando ela quase morreu de euforia ao encontrar esse livro por um preço ótimo. Eu comprei junto (por impulso mesmo, eu assumo. A Mari desperta a Becky Bloom que há em mim) sem nem ter lido a sinopse. 

Aí, meses depois, quando comecei a leitura, tive o maior choque da minha vida (padrão “Pedro Álvares Cabral não descobriu o Brasil” de qualidade): Shakespeare não é o autor de Romeu e Julieta.  No conto original a história não se passa em Verona,  e tampouco tem como famílias os Capuleto e os Montecchio (!!!). O famoso autor inglês apenas adaptou uma história italiana que já existia séculos antes dele nascer. 

Existe em Siena, cidadezinha caracterizada por rivalidades familiares ao longo da Idade Média, registros de um drama real, datado de 1340, com amor, traição e morte. Vários autores, no decorrer dos anos retrataram essa história, até que Shakespeare a imortalizou. 

Garanto que Julieta já vale a pena ser comprado só pelos capítulos que se passam em 1340, quando a autora reconta a história original da “maior história de amor de todos os tempos”. É maravilhoso. Poético, tocante e, na minha humilde opinião,  por estar escrito em prosa, muito mais acessível para nós, reles mortais.

Quanto à história que Fortier realmente inventou, tenho dois comentários: o primeiro é que você consegue sentir que ela fez várias pesquisas para escrever e sua narrativa é fluente e agradável. O segundo, no entanto, é que a autora dá uma enlouquecida no final. Todo mundo acaba ganhando uma segunda identidade. Tipo naquele comercial de cerveja com a Megan Fox, sabe? A autora dá uma pirada neste aspecto, e quando você descobre que o Mick Jagger sempre foi o Papa e você fala “O QUÊÊÊ?”. Na primeira vez É legal, só que depois da  octogésima segunda você começa a se sentir meio trollado. Outra coisa é que mais pro final ela encarna o Dan Brown e tenta fazer umas conspirações, uns tiroteios, umas seitas muito loucas... E não cabe na trama direito. 
Era para ser um romance histórico com repercussões nos dias atuais, não... sei lá, uma caça ao tesouro da pesada. Pelo menos foi essa a impressão que tive. Há quem goste do livro justamente por essa coisa Brownzística.

Vou parar com as coisas ruins porque meu objetivo é te convencer a COMPRAR o livro, não a achar que a Anne Fortier tava chapada ao escrever (ela provavelmente estava, mas isso não vem ao caso).

Eu li sem parar.
É uma história incrível. 

Pode ser surreal, mas você acaba relevando, porque é impossível largar o livro. 

Impossível não se apaixonar por Romeu e Julieta (todos, de todas as versões) depois de ler essa história.

  Recomendo loucamente.



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4 comentários:

  1. Mel, amo esse livro! Gostei muito da sua resenha, e entendo o que você disse sobre o final, mas eu acho que deixou a história mais emocionante! hahaha

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    Respostas
    1. Jura? Eu achei hiper cansativo e uma hora praticamente previsível. Foi como se ela não tivesse conseguido fechar a história com as personagens que tinha e precisou subitamente mudar tudo, hahaha.

      Mas eu também AMO! Chorei muito parte em que o Romeu e a Giulietta de 1340 morrem. Muito mesmo.

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  2. Parece muito bom, entrará para minha lista de leitura para esse ano.
    Beijos

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