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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

[RESENHA] Jogador N° 1 — Ernest Cline





Título (Original): Ready Player One
Autor(a): Enerst Cline
Editora: Leya
Ano da primeira publicação: 2012
Nº de páginas: 462



    As distopias tomaram um lugar de favoritismo tão grande em minhas leituras, que agora simplesmente não posso mais viver, um mês que seja, sem ler um bom texto pós-apocalíptico. E foi justo em um longo período de abstinência distópica que Jogador Número 1 entrou na minha vida. Eu já vinha o namorando há muito tempo, enquanto passava pelos mezaninos das livrarias, sempre esperando o momento certo para levá-lo para casa e, quando isso aconteceu, meu lado geek teve uma grande surpresa.

Are you Ready?



Level 1

"As pilhas", espécie de favela de trailers onde vive Wade

   Como todo bom distópico, Jogador N° 1 começa em um futuro distante, no ano de 2044, onde a humanidade passa por sérios problemas de fome e miséria generalizada. A crise energética citada no livro como catalisador para tal terrível condição mundial não é nova, mas totalmente crível. 
   E é em meio a esse mundo conturbado onde vive Wade Watts, um garoto órfão de 18 anos que usa uma simulação chamada Oasis como escapismo da miséria que o cerca. Mas ele não está lá apenas por diversão. Anos atrás, o game designer e programador do Oasis, James Halliday, morreu prometendo deixar toda sua herança (e o próprio Oasis) para quem conseguisse decifrar vários enigmas deixados por ele dentro do jogo. E é aí que a saga de Wade, melhor dizendo, de seu avatar Parzival, começa.
   Devido a fissuração de Halliday pelos anos 80, Wade/Parzival é obrigado a se aventurar por um bando de referências dessa época, muitas vezes as vivenciando imersivamente com seu avatar, como encenar trechos do filme Jogos de Guerra, passando por ser o próprio jogador “em carne e osso” do jogo Black Tiger, até explorar uma cidade apocalíptica recriada a partir de um álbum da banda Rush. Experiências deliciosas, mesmo para quem não viveu aos anos 80, como é o meu caso.

Level 2

Fan arte do avatar de Wade, Parzival

   No decorrer das aventuras de Wade, ele também encontra outros competidores Art3mis, a geek que quer ganhar o prêmio por questões nobres, e pela qual Wade tem uma paixão platônica (mesmo havendo a possibilidade dela ser na vida real um homem de 200 kg chamado Chuck) ; e outros avatares, como os irmãos samurais Shoto e Daito. Mas eles não são os únicos.  A grande corporação IOI também está atrás do prêmio e da possibilidade de assumir o controle do Oasis, e farão de tudo para isso, seja trapaceando, espalhando seus exércitos pela simulação, ou mesmo matando pessoas na vida real. O que dá ao livro um ritmo acelerado e empolgante.

Level 3

Ernest e Will Weathon encostados no DeLorean do escritor. Quero casar com Cline, só por causa do carro. Sou Maria Plutônio mesmo!

   Esteticamente falando a narrativa de Cline não é soberba, mas faz perfeitamente seu papel ao nos proporcionar imersão e escapismo. A construção de seus personagens foi muito bem feita, embora você encontre traços neles de personalidades da vida real. Como por exemplo, a relação entre Halliday e seu sócio Morrow, que me lembrou muito a dos fundadores da Apple, Steve Jobs e Steve Wozniak. Até mesmo a IOI me lembrou um pouco uma mistura da AOL com a IBM, adicionando-se, é claro, uma fantasiosa pitada facista.
  Tenho certeza de que quem é gamer ou geek  e apreciador dos anos 80 vai amar Jogador N° 1, e quem não for... bom, também vai adorar! Há tantas referências a Star Wars, Animes, Douglas Adams, Live Action japoneses, séries americanas, jogos arcade, músicas, MMORPGs que, em algum momento do livro, você vai se identificar. E acredite, a leitura do livro vai ser feita sem você sentir.
 E você? Já leu ou tem o seu? Não?! Ops...


                                          GAME OVER


Chris Salles é escritora wannabe  e sofre bullying no mundo geek por nunca ter visto um Atari de perto.

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5 comentários:

  1. TO LENDO ISSO AGORA E É REALMENTE MARAVILHOSO. NÃO SEI SE VOU LER A RESENHA, TEM SPOILER?!!?!?

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    1. Não tem spoilers, Clara. A não ser a questão dele gostar da Art3mis, mas também é só isso. Você vai AMAR!

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  2. Oiii, tudo bom?
    Eu também simplesmente AMEI o livro!! Não sou geek, então não entendi a maioria das citações, mas adorei mesmo assim. Imagino que para os nerds o livro deva ser ainda melhor!
    Adorei a resenha.
    E sei exatamente o que você quis dizer, também não consigo ficar muito tempo sem uma boa distopia hahah

    Beijoss
    Thaís - Instinto de Leitura

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    1. Nossa, Thaís, se para um leitor "leigo" o livro é ótimo, para um nerd é a suprema felicidade. Eu pirei muitas vezes durante a leitura nas referências de "De volta para o futuro", Douglas Adams, Star Wars... Boiei um pouco quando rola referência do Ultraman, é verdade, porque são duas ou três gerações abaixo da minha, mas gostei mesmo assim do que aconteceu no livro. E o personagem do Wade é apaixonante: inteligente, honrado, geek até dizer chega e romântico. Não tem como resistir a Jogador Número 1!

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  3. E ele deve ter ficado gatinho depois que começou a malhar e deu jeitinho nas espinhas, po. kkkkkkkk. mas achei bizarra a parte que ele fala das sobrancelhas lol., cheguei na parte 3 agora

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