Banner Submarino

sábado, 5 de janeiro de 2013

[FEITO A MÃO] Vernerbroz

Olá!
Todo mundo conhece a máxima que diz "ninguém nasce sabendo" e por mais que seja nota dez na teoria, a prática é a prova de fogo mais cruel que existe.
O que acontece logo que os espiões saem da academia e pegam sua primeira missão?
E se o Coronel confiasse uma missão que nem mesmo agentes experientes conseguiram cumprir?
Eu tentei desvendar este mistério louco e saiu um conto mais louco ainda. Divirtam-se com a primeira missão desse novato.


Vernerbroz
— Aqui estão os novos documentos — o Coronel pôs o envelope pardo sobre a mesa. — É o nome que usará a partir de hoje. Agente, abandone o passado; mantenha o mínimo contato com a família. Você agora deve satisfação apenas a mim e ao povo brasileiro.
O agente abriu o envelope para saber sua nova e definitiva identidade.
— Que tipo de critérios usam para escolher os novos nomes? — Emegem, a única mulher entre eles, perguntou.
— Bem, o tabelião de Brasília é muito fã de cinema... Não reclamem, podia ser pior — o Coronel pigarreou. — Diga o novo nome.
— Agente Vernerbroz Amado? — o novato magrelo disse com certa dúvida quanto ao sobrenome.
— Sou a agente Emegem Fagundes — a bela mulher falou, estendendo-lhe a mão.
— Parece que o tabelião resolveu sacanear a ABIN — o Coronel riu-se e ergueu a pasta preta que trouxera na mão. — Agente Vernerbroz, está sendo incorporado à esta equipe, uma das melhores do Brasil, diga-se de passagem. Aqui está a missão de vocês quatro. Senhores, apresentem-se ao novato.
O Coronel saiu, todos permaneceram em silêncio até que Emegem resolveu falar.
— Este aqui, que se acha o Tom Cruise de tão esperto, é o agente Valdisnei Pereira. O nerd bonitinho de óculos, lendo o protocolo da missão, é o agente Paramontino Silva.
— Pois é, novato, o tabelião aqui de Brasília é fã de cinema. Mas já deve ter notado isso — Valdisnei disse com seu jeito cafajeste, virou-se para ela. — Gatinha, qual a missão que nos deram para levar o novato? Desmascarar algum governador? — riu-se.
Precisavam resgatar a filha do embaixador, sequestrada por um grupo rebelde na Síria. Os três agentes tinham experiência nesses casos de sequestros internacionais. Por várias vezes soltaram presos das FARC. Portanto coube a eles ir até o Oriente Médio atrás de novas pistas para atualizar os dados da investigação. E levar o novato.
— Ela se chama Sheila Cabral — Emegem lia no avião, enquanto sobrevoavam o Atlântico. — Pelo menos tem um nome bonito. Vocês acreditam que um tabelião sacaneia a ABIN há anos?
— Pra mim, essa coisa dos nomes é coisa do Coronel. Na academia, diziam que ele é quem tem uma rixa com esse tabelião — Vernerbroz comentou.
Paramontino, indiferente ao assunto dos nomes, fazia umas varreduras, cruzava informações no laptop e as repassava aos companheiros:
— Sheila foi sequestrada há pouco mais de um mês e meio quando o pai dela, o embaixador brasileiro Alencastro Cabral, mandou que fugisse de Damasco por causa das revoltas. O trajeto seria cumprido em um dia: algumas horas de carro atravessando a fronteira até Beirute, capital do Líbano; de lá um navio a levaria para Chipre onde pegaria um avião para Adana, na Turquia; lá embarcaria em um voo comercial para Vitória.
— Mas os rebeldes a pegaram antes que atravessasse a fronteira para o Líbano — Valdisnei lembrou.
— Rapazes, estão se esquecendo do resgate pedido por eles: dez milhões.
— De dólares, Emegem?
— Não — Vernerbroz arriscou —, de euros.
Valdisnei soltou uma risada.
— Nem um nem outro. Uma moeda que vale mais do que dólares e euros. São dez milhões de libras esterlinas.
Depois de alguns instantes pensando, Vernerbroz disse:
— E de onde o embaixador vai tirar esse dinheiro todo? Que garantias temos de que a garota vai sair viva e inteira dessa?
— Nenhuma — Emegem finalizou, sorrindo para o novato. — Por isso a ABIN entrou no caso.
Permaneceram em silêncio pelo resto do voo. Investigaram e interrogaram por três dias em Damasco, até que encontraram o mordomo do embaixador. Ele ajudara a criar Sheila, sabia de detalhes importantes.
— A menina tinha um namorado com contatos entre os rebeldes. O senhor embaixador não sabia disso, claro. Sheila me pediu discrição. O nome dele é... — estalou os dedos três vezes tentando se lembrar. — Orienaj Caiax.
Seguiram o caminho da comitiva até quase na fronteira, onde trocaram tiros com os rebeldes e foram presos. Chegaram desacordados ao esconderijo.
Vernerbroz acordou com um balde d’água sendo atirado em sua cabeça, que latejou mais. Um filete de sangue escorreu.
— Então o embaixador brasileiro pediu ajuda para a ABIN — Orienaj constatou, andando de um lado para o outro. — Revistamos o carro. Vocês quatro não trouxeram as nossas libras esterlinas. Achei que o amante de Sheila traria.
— Eu não a conheço, apenas vi a foto — Vernerbroz falou.
— Muito menos eu disse que era tu, falo dele — Orienaj olhou e apontou para a direita.
Um homem sorria, cafajeste e distraidamente. Estava em casa com sua amante e traindo a pátria.
— Verner, brow, tu é o único que ainda acredita em bruxas malvadas — Valdisnei disse, rindo e beijando Sheila. — Ela não aguenta ser filha do embaixador Alencastro Cabral. O safado rouba o quanto pode e ninguém de Brasília faz nada!
— Não fazia — Vernerbroz sorriu debilmente. — A essas horas, tem uma equipe da ABIN prendendo o embaixador. Você é um idiota, Val-disnei, acreditou que ninguém da Agência Brasileira de Inteligência sabia do paradeiro dela? O Coronel me contou tudo. Considere-se preso por traição. Canalha.
 Antes que Valdisnei sacasse a arma, Emegem e Paramontino o pegaram. Os outros rebeldes estavam algemados ou mortos.
— Silenciadores — Paramontino sorriu para Vernerbroz. — Úteis desde a idade da pedra. Concorda, Valdisnei?
O agente duplo soltou a arma e se deixou algemar.
— Caí na armadilha que ensinei para vocês em Praga, há cinco anos — disse, sentindo raiva de si mesmo.
Sheila ficou presa dois meses, diferente de Alencastro Cabral que ficou um ano na cadeia e mais sete meses em prisão domiciliar esperando o julgamento do STF. Adiado inúmeras vezes pelos seus advogados-tubarões.
Quanto aos três agentes, bem, eles estão nalgum lugar do mundo, numa missão secreta.

                                       Fim..



QUER PARTICIPAR DO FEITO A MÃO? TEM ESPAÇO PRA VOCÊ! ENVIE SEU CONTO PARA CONTATONRA@GMAIL.COM OU PUBLIQUE SEU DESENHO/POEMA NO NOSSO TUMBLR! QUEM SABE NA PRÓXIMA SEMANA NÃO É VOCÊ RECEBENDO OS COMENTÁRIOS?

Comente com o Facebook:

5 comentários:

  1. Drigo, achei o conto meio rápido. Como se você tivesse lutando contra número máximo de palavras ou algo do gênero.
    Ainda assim, ficou interessante e bem escrito. Gostei muito e estou ansiosa pelo seu próximo conto.
    Amei os nomes, por sinal. Haja criatividade, hein?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é, Mel, fiquei com a mesma impressão de que está meio corrido. Até mostrei pra Lari e ela confirmou o ritmo maluco.
      A arte de criar nomes estranhos, eu domino, hahaha.

      até...

      Excluir
  2. Hey! Primeira vez que visito teu blog e já gostei muito dele. Gostei muito do conto, os nomes realmente são bem diferentes, huh? Oaiejioajeae
    Estou seguindo o N.R.A, viu?
    Se puder retribuir e curtir o meu blog, ficarei feliz *-*
    http://foolishhappy.blogspot.com.br/

    Xoxo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Seja bem-vinda e visite sempre. =)
      Gosto de criar esses nomes estranhos, haha.

      XOXO
      até...

      Excluir
  3. Me diverti muito com os nomes dos personagens hahahaha Gostei!

    ResponderExcluir