Oi galera da NRA, como estão?
Talvez vocês não me conheçam, porque não posto com tanta frequência aqui no blog.
MAS, outro dia me bateu uma vontade de escrever algo novo, e resolvi passar aqui pra compartilhar com vocês.
É um conto natalino, como vocês devem perceber pela imagem abaixo, e um tanto quanto pessoal.
Espero que gostem!
Talvez vocês não me conheçam, porque não posto com tanta frequência aqui no blog.
MAS, outro dia me bateu uma vontade de escrever algo novo, e resolvi passar aqui pra compartilhar com vocês.
É um conto natalino, como vocês devem perceber pela imagem abaixo, e um tanto quanto pessoal.
Espero que gostem!
Presente de Natal
As ruas estavam todas iluminadas.
Não havia uma casinha sequer sem
um ou outro enfeite de natal e as famílias estavam todas reunidas em suas
salas, de frente para a lareira.
- Não é lindo? – Carl perguntou,
passando um braço em torno dos meus ombros.
Apenas assenti. Estava muito
concentrada em não deixar que minhas orelhas congelassem.
Ele riu ao reparar minha
expressão semicongelada e tirou o próprio gorro para me dar.
Carl não era meu namorado. Não,
pelo amor de Deus... Ele era meu melhor amigo, minha alma gêmea não
romantizada.
Continuamos andando juntos,
cantarolando como se nada no mundo tivesse importância naquele momento.
- Chegamos. – Eu disse.
No fundo, não queria que ele
apenas me desse um beijo na testa e fosse embora. Não, eu queria que ele ficasse
para jantar e comesse peru com batatas e tomasse vinho com a minha família.
- É... Acho que...
- Não quer ficar? – Dei de
ombros, tentando parecer que era uma oferta qualquer, não algo do tipo “dê o
bolo na sua família e fique comigo na noite de natal”.
Eu esperava que ele dissesse o
que sempre dizia “minha mãe isso”, “minha mãe aquilo”, ou “você sabe que eu
preciso ir”.
Mas não dessa vez. Carl baixou os
olhos, apertou minha mão e deu um passo em direção à escada que daria em minha
varanda. E então eu soube que não estava tudo bem.
Mas tampouco perguntei o que
tinha acontecido. Depois de anos de convivência, aprendi a respeitar que o
espaço de privacidade de Carl era um pouco maior do que o das outras pessoas.
Ao invés disso, esperei que ele me guiasse até a cerca lateral.
- Preciso arranjar um emprego e
sair daquela casa. – E, quando ele finalmente falou, notei que havia água em
seus olhos.
- Quer contar o que aconteceu?
Ele negou com a cabeça, mas me
abraçou forte. Ele estava chorando.
- Não importa o que tenha
acontecido. Hoje é para você ficar feliz, ok? É natal! – Eu disse, devolvendo o
abraço.
Talvez fosse o frio, não sei, mas
Carl tremeu por alguns segundos antes de nos soltarmos para entrar em casa.
Assim que passamos pela porta, o
clima era completamente diferente.
As luzes amarelas davam a
sensação de conforto e o cheirinho que vinha da cozinha...
Os casacos pesados ficaram no
hall e logo que chegamos na sala, a surpresa.
Minha irmã mais nova, Julie,
corria desesperada do yorkshire versão miniatura que ela tanto tinha pedido de
natal. Meu pai, como sempre, estava com o nariz enfiado na tela do notebook em
algum site qualquer de esportes. E minha madrasta, ou boadrasta, dava o jantar
de Nate, meu irmão mais novo e amor da minha vida.
- Natalie! – Vovó gritou da
cozinha. – É você? Venha me ajudar a tirar as rabanadas do forno!
Sorri ao ver que Carl já estava à
vontade com Julie e o novo cachorrinho.
- Olha se não é minha netinha
preferida!
Vovó era a melhor das avós. Ela
dispensou qualquer ajuda de qualquer um para preparar a ceia de natal mais
caprichada de todos os tempos.
A mesa da sala estava repleta de
comida. Peru, batatas assadas, salada verde, bacalhoada, arroz com amêndoas,
torta de abóbora e até mesmo o meu preferido: camarões indianos.
Nada podia combinar com nada,
mas, por incrível que pareça, ficava uma delícia.
Enquanto comíamos, como toda boa
família descendente de italianos, todo mundo falava ao mesmo tempo e muito
alto. Talvez Carl se assustasse, mas não é como se aquela fosse a primeira vez
dele em casa.
Vi que várias vezes ele colocou a
mão por cima do bolso que guardava o celular. E, a cada vez, seu rosto se
retorcia em uma careta contida.
- Ei, tudo bem? – Perguntei,
apertando sua mão.
Ele assentiu com a cabeça e
continuou comendo.
- Eu tenho um anúncio! – Julie
gritou de repente, ficando de pé na cadeira.
Todos olhamos para ela que,
claro, sorriu de orelha a orelha com toda a atenção.
- Eu quero dizer a todos que hoje
nasceu o meu filho, o Black!
- Julie, ele é um yorkshire
branco! – Eu retruquei.
- Natalie, deixa a sua irmã
escolher o nome que ela quiser pro cachorro. – Meu pai falou. Não que ele
tivesse ouvido qualquer coisa depois que começou a comer.
- Já que todos comeram, - Minha
mãe começou. – por que não vamos abrir os presentes?
Apesar da tradição ser abrir os
presentes apenas na manhã de natal, isso nunca funcionou lá em casa. Depois do
jantar, sempre sentávamos ao redor da árvore para distribuir e abrir presentes.
Esse era o primeiro natal que eu
não ganharia os famosos truques de mágica do meu avô, mas o primeiro de Nate.
Minha vó, como sempre, ganhou
roupas e utensílios para os eu jardim. Julie havia ganhado o Black e mais
alguns brinquedos. Meu pai, roupas novas para jogar futebol, uma maleta de
ferramentas e a notícia de que seria pai novamente. Mamãe, um colar de pérolas,
um perfume e chocolates.
E eu... Dos meus pais, ganhei a
viagem que tanto pedi para passar o Ano Novo com Carl em Praga, da minha vó
ganhei dinheiro e Julie me deu uma caminha de cachorro.
- Oh, você não tem um cachorro? –
Ela perguntou, fingindo surpresa. – Que pena, teremos que doá-la para o Black.
Depois de uma onda de risos,
notei que Carl não estava conosco na sala. Encontrei-o sentado novamente na
cerca da varanda.
- Feliz Natal. – Eu disse.
- Feliz Natal. – Ele disse, e
então tirou uma caixinha do bolso. – Seu presente.
Eu esperava qualquer coisa que
não aquilo. Dentro da caixinha havia uma gargantinha cuja correntinha era feita
de linha e o pingente era um daqueles ossinhos da sorte de prata.
- Dizem que quando arrebenta seu
pedido se realiza. – Ele deu de ombros.
- É lindo!
Tirei o cabelo para que ele
pudesse prender o colar em meu pescoço.
- Obrigada por tudo, Carl. – Eu
disse antes de abraçá-lo.
- Obrigado você, Natalie.
E ali ficamos até não aguentarmos
mais de frio.
Carl passou o resto da noite de
natal conosco e devorou todas as rabanadas remanescentes no dia seguinte.
FIM
De coração, espero que tenham gostado.
Um beijinho, até a próxima!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGostei bastante da história, queria uma continuação hein? Então, você escreve muito bem, mesmo! :) Adorei mesmo, de coração :)
ResponderExcluirlivrolatra.blogspot.com
Olá Helena, como vai?
ExcluirQue bom que gostou! Quem sabe eu não escrevo mais alguns? Não sei se continuação ou não, porque foi uma ideia meio aleatória, mas eu com certeza posso pensar em mais coisas ;)
Obrigada pelo elogio, é o carinho dos leitores que me motivam sempre a continuar escrevendo <3
Beijinhos!