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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

[ENTREVISTA] Luis Pimentel

Olá!
Hoje nós temos a entrevista de um escritor e jornalista baiano, nascido em 1953, que veio tentar a sorte no Rio de Janeiro como ator; profissão que acabou deixando de lado.
Já trabalhou nos jornais O Pasquim, Jornal do Brasil, Última Hora, entre outros e foi editor de revistas e alguns cadernos de jornais. Além de ter sido um dos roteiristas que deram vida aos personagens da Escolinha do Professor Raimundo.
Assina vários livros de comédia, contos e crônicas e também é conhecido entre o público infantil.
Atualmente tem uma coluna às quartas-feiras no jornal carioca O Dia, onde publica contos e crônicas.
Vem com a gente saber um pouco mais da vida dele e as dicas que o Pimentel dá aos autores iniciantes.

NRA: Oi, Pimentel! Como descobriu que o que queria fazer da vida era escrever? E como foi lidar com a decisão de ser escritor e do trabalho?
Ganhei um de aniversário!
LP: Oi, Drigo. Como não chegou a ser uma decisão muito decidida – fiquei um longo tempo acumulando a função com outra atividade, a de jornalista – foi fácil de lidar. Quando imaginei que o que queria era escrever, já tinha escrito e publicado bastante.

NRA: Quando contou a sua família, como eles reagiram?
LP: Não reagiu. Jamais se meteu. Na verdade, praticamente não tomou conhecimento porque pouco sabia o que significava a minha atividade. Agora sabe, por conta de alguma divulgação em torno do trabalho.

NRA: Sabemos que criar é algo muito difícil. Como é o seu processo de escrita? Escuta algum gênero específico de música, ou prefere ficar em um local reservado, só você e o computador? Algo mudou desde o primeiro projeto que terminou ou algumas manias ainda continuam?
LP: Pelo fato de por muito tempo escrever só nas horas possíveis, aprendi a criar em qualquer ambiente: com música, sem música, com rádio ligado, em redações de jornais. Mas hoje acho que sozinho e em silêncio absoluto é a melhor forma. E a mais produtiva.

Ilustrações primorosas
NRA: E o processo de publicação?
LP: Foi acontecendo aos poucos. Mais difícil no início, mas fácil hoje, como em tudo na vida. O tempo vai dando cancha, manhas, conhecimentos.

NRA: Como analisa o apoio a literatura nacional atualmente?
LP: Acho que vivemos um grande momento. Surge um bom escritor pelo menos a cada ano, temos bons prêmios literários ajudando a estimular e feiras e bienais divulgando escritores.

NRA: Se sua vida fosse um programa de televisão que estilo seria? E qual seria o nome?
LP: Acho que minha vida jamais seria um programa de televisão. Na melhor das hipóteses, um esquete de rádio. Talvez de humor.

Ilustrado por Ziraldo
NRA: Café, chá ou Coca-Cola?
LP: Café. Baldes.

NRA: Imortalidade é algo cobiçado por muitas pessoas. Se você tivesse a chance de viver para sempre como seria? Vampiro? Lobisomem? Tomaria o elixir da vida eterna? Ou algum outro segredo? E como conviveria com a decisão de ser imortal?
LP: Adoro viver. Mas acho que viver para sempre seria a morte!

NRA: Você conseguiu ser milionário com seus livros. E agora? Viajar? Comprar um pequeno reino na Europa?
LP: Às vezes dá para pagar uma viagem à Bahia, em classe econômica, para ver a família. E só.
 
Mini-contos que marcam
NRA: Você possui algum escritor ou escritores em quem se inspirou para prosseguir seu caminho? Se sim, quais?
LP: Vários escritores me estimularam a escrever, com suas escritas. São tantos, que prefiro não citar.

NRA: Quais autores prefere ler atualmente?
LP: Atualmente fico entre a leitura e as releituras (mais). Estou lendo um contemporâneo de muito fôlego, o Flávio Carneiro, e relendo (sempre) Graciliano Ramos e John Schefer.

NRA: Cite uma frase/passagem de algum livro que tenha te marcado. Por quê?
LP: Algumas passagens de Graciliano, outras de Guimarães Rosa, muitas de Jorge Amado...

NRA: Qual dica de leitura deixa para o pessoal que está lendo a entrevista?
LP: Vão por instinto ou pelo faro. Peguem livros aleatórios nas livrarias e leiam as primeiras páginas. Se achar que vale, prossigam. Senão, ponham num canto em pegue outros.

NRA: Defina em uma palavra: pra você, o que é Escrever?
LP: Inventar.

NRA: E para fechar: deixa pra gente uma frase de algum conto teu.
LP: “O rapaz entrou em casa como quem entra no bar” (início do conto A Viagem).

~~x~~

Nós da NRA agradecemos muito as dicas de ouro do Pimentel.
E vocês, NRAnianos, o que acharam?
Comente aí e até a próxima!

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