Olá!
Hoje
nós temos a entrevista de um escritor e jornalista baiano, nascido em 1953, que
veio tentar a sorte no Rio de Janeiro como ator; profissão que acabou deixando
de lado.
Já
trabalhou nos jornais O Pasquim, Jornal do Brasil, Última Hora, entre outros e foi editor de revistas e alguns
cadernos de jornais. Além de ter sido um dos roteiristas que deram vida aos
personagens da Escolinha do Professor
Raimundo.
Assina
vários livros de comédia, contos e crônicas e também é conhecido entre o público
infantil.
Atualmente
tem uma coluna às quartas-feiras no jornal carioca O Dia, onde publica contos e crônicas.
Vem com a gente saber um pouco mais da vida dele e as dicas que o Pimentel dá aos autores
iniciantes.
NRA: Oi, Pimentel! Como descobriu que o
que queria fazer da vida era escrever? E como foi lidar com a decisão de ser
escritor e do trabalho?
Ganhei um de aniversário! |
LP:
Oi, Drigo. Como não chegou a ser uma decisão muito decidida – fiquei um longo
tempo acumulando a função com outra atividade, a de jornalista – foi fácil de
lidar. Quando imaginei que o que queria era escrever, já tinha escrito e
publicado bastante.
NRA:
Quando contou a sua família, como eles reagiram?
LP: Não reagiu. Jamais se meteu. Na
verdade, praticamente não tomou conhecimento porque pouco sabia o que
significava a minha atividade. Agora sabe, por conta de alguma divulgação em
torno do trabalho.
NRA:
Sabemos que criar é algo muito difícil. Como é o seu processo de escrita?
Escuta algum gênero específico de música, ou prefere ficar em um local
reservado, só você e o computador? Algo mudou desde o primeiro projeto que
terminou ou algumas manias ainda continuam?
LP: Pelo fato de por muito tempo
escrever só nas horas possíveis, aprendi a criar em qualquer ambiente: com
música, sem música, com rádio ligado, em redações de jornais. Mas hoje acho que
sozinho e em silêncio absoluto é a melhor forma. E a mais produtiva.
Ilustrações primorosas |
NRA:
E o processo de publicação?
LP: Foi acontecendo aos poucos. Mais
difícil no início, mas fácil hoje, como em tudo na vida. O tempo vai dando
cancha, manhas, conhecimentos.
NRA:
Como analisa o apoio a literatura nacional atualmente?
LP: Acho que vivemos um grande
momento. Surge um bom escritor pelo menos a cada ano, temos bons prêmios
literários ajudando a estimular e feiras e bienais divulgando escritores.
NRA:
Se sua vida fosse um programa de televisão que estilo seria? E qual seria o nome?
LP: Acho que minha vida jamais seria
um programa de televisão. Na melhor das hipóteses, um esquete de rádio. Talvez
de humor.
Ilustrado por Ziraldo |
NRA:
Café, chá ou Coca-Cola?
LP: Café. Baldes.
NRA:
Imortalidade é algo cobiçado por muitas pessoas. Se você tivesse a chance de
viver para sempre como seria? Vampiro? Lobisomem? Tomaria o elixir da vida
eterna? Ou algum outro segredo? E como conviveria com a decisão de ser imortal?
LP: Adoro viver. Mas acho que viver
para sempre seria a morte!
NRA:
Você conseguiu ser milionário com seus livros. E agora? Viajar? Comprar um
pequeno reino na Europa?
LP: Às vezes dá para pagar uma
viagem à Bahia, em classe econômica, para ver a família. E só.
NRA:
Você possui algum escritor ou escritores em quem se inspirou para prosseguir
seu caminho? Se sim, quais?
LP: Vários escritores me estimularam
a escrever, com suas escritas. São tantos, que prefiro não citar.
NRA:
Quais autores prefere ler atualmente?
LP: Atualmente fico entre a leitura
e as releituras (mais). Estou lendo um contemporâneo de muito fôlego, o Flávio
Carneiro, e relendo (sempre) Graciliano Ramos e John Schefer.
NRA:
Cite uma frase/passagem de algum livro que tenha te marcado. Por quê?
NRA:
Qual dica de leitura deixa para o pessoal que está lendo a entrevista?
LP: Vão por instinto ou pelo faro.
Peguem livros aleatórios nas livrarias e leiam as primeiras páginas. Se achar
que vale, prossigam. Senão, ponham num canto em pegue outros.
NRA:
Defina em uma palavra: pra você, o que é Escrever?
LP: Inventar.
LP: “O rapaz entrou em casa como quem entra no bar” (início do conto A Viagem).
~~x~~
Nós da NRA agradecemos muito as
dicas de ouro do Pimentel.
E vocês, NRAnianos, o que acharam?
Comente aí e até a próxima!
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