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quarta-feira, 6 de março de 2013

[RESENHAS] 1984 — George Orwell

Título Original: Nineteen Eighty-Four
Autor: George Orwell
Editora: Companhia das Letras
Ano da primeira publicação: 1949
Nº de páginas: 413






Falar da que é considerada a maior obra de ficção distópica de todos os tempos complicadíssimo. 1984 é um daqueles livros que gera tantas teorias, opiniões e pontos de vista quanto leitores, e tentarei expor tudo que senti na minha terceira releitura do livro aqui.

A Inglaterra não existe mais – aliás, ela e nenhum dos países como conhecemos. Três potências emergiram, colocando a guerra como parte certeira do cotidiano de seus habitantes. A Oceania (lugar onde fica Londres, onde nossa história se passa) clama ser a mais avançada, a merecedora de todos os louros que a guerra possa trazer, o nacionalismo estimulado pelo Grande Irmão, político a quem todos os trunfos da humanidade são atribuídos.


Ao contrário da maior parte de muitas distopias, o mundo de 1984 não admite discordância – ainda que ela se dê no palmo de caixa craniana do indivíduo. A temível Polícia das Ideias se certifica de que nem mesmo em pensamento o cidadão discorde do governo, auxiliados pela teletela (aparelho de televisão que tanto transmite quando capta imagens) e pelo próprio povo – sobretudo as crianças, vítimas de uma grande lavagem cerebral.

Winston Smith é um desses cidadãos. Funcionário público (como todos os membros do Partido, a organização que dita as regras nesse mundo) seu trabalho soa bastante peculiar, mas faz sentido: falsificar a história.


Qualquer previsão errada feita pelos membros do Partido ou menção a condições anteriores (quando a Oceania está em guerra com a Lestásia, por exemplo, sempre esteve em guerra com a Lestásia, fazendo necessária a correção de todos os registros que ditem o contrário). A parte mais complicada do seu trabalho, porém, é eliminar do registro as pessoas “vaporizadas”, dissidentes que desaparecem da face da terra (e da memória de seus conhecidos) para sempre. Controlar o passado é controlar o futuro.

“O partido dizia que a Oceania jamais fora aliada da Eurásia. Ele, Winston Smith, sabia que a Oceânia fora aliada da Eurásia não mais de quatro anos antes. Mas em que local existia esse conhecimento? Apenas em sua própria consciência que, de todo modo, em breve seria aniquilada. E se todos os outros aceitassem a mentira imposta pelo Partido – se todos os registros contassem a mesma história – a mentira tornava-se história e virava verdade.”

Quando Winston começa a questionar a vida medíocre e sem paixões imposta pelo Partido, ele tem certeza de que será vaporizado – a questão é quando.

1984 é maravilhoso. Um clássico mais acessível do que a maioria, versa sobre temas modernos, como a super vigilância das câmeras ou a irredutibilidade dos governos. É difícil encontrar um tema envolvendo totalitarismo de que Orwell não tenha tratado – até mesmo a língua é atacada, criada a Novafala, idioma tão sem floreios que impediria por si só o “pensamento-crime”. É chover no molhado recomendar a leitura.

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3 comentários:

  1. Eu gosto de livros assim. Que falam de épocas. Acho que agregam muito ao nosso conhecimento!!!

    Vou procurar saber mais!

    Beijos
    http://plantaoonline.blogspot.com.br/

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  2. Eu li este livro e a primeira impressão que tive foi: estou no BBB!!!
    Orwell soube tratar muito bem deste tema e foi bem claro e objetivo no que ele gostaria de dizer. Gostei muito da sua resenha! Bjo

    http://chadelivroecupcakedechocolateecereja.blogspot.com.br/

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  3. Também não li, ohmeudeus.

    Preciso me atualizar.

    Preciso de mais horas no dia.

    Socorro.

    To muito por fora de tudo.

    Céus,

    Quero ler. Mesmo. É isso.

    Beijo

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