Mais uma resenha sobre um livro brasileiríssimo e eu não
poderia estar mais feliz por isso. Antes de tudo, devo dizer que eu adoro a
Paula e sigo seu trabalho desde que Fazendo Meu Filme 1 ainda tinha aquela capa
com os rolos de filme na cor rosa (faz tanto tempo assim? Parece que foi ontem).
Desde então bons anos se passaram, mais livros da Paula vieram e eu os devorei completamente,
mesmo já não sendo mais da idade do público alvo deles. E o último lido da vez
foi MVFS2.
Juro pra vocês que
tentarei não dar spoilers, e se os der, avisarei antes, embora seja um pouco
difícil não revelar nada da história, mas vamos lá:
Minha Vida Fora de Série 2 começa alguns anos depois do livro 1 e já nas
primeiras páginas retoma em flashback uma viagem feita pela personagem Priscila
à Disney. Nela, certas coisas acontecem fazendo o namoro entre a Pri e o
Rodrigo sofrer um abalo sério. Tenho que admitir que no começo do livro eu queria
gritar com todos os personagens; com o Rodrigo, com a Priscila, com as amigas
da Priscila, com as pessoas da excursão e assim por diante (e olha que eu sou a pessoa mais calma do mundo quando o assunto são personagens que erram). Foi um início
realmente tenso, mas ao mesmo tempo compreensível e totalmente dentro do
propósito do livro.
Não consigo mais imaginar o Rodrigo sem a cara do Steve R McQueen |
Ao longo da história
as coisas melhoram um pouquinho entre os personagens principais e aí vem o
ponto forte da trama que, ao meu ver, fez a Paula mostrar que não escrevia
apenas um livro de amorzinho (como provavelmente diria a Fani). Em meio a uma
relação conturbada com Rodrigo, Priscila ainda acha tempo para reivindicar o
direito dos animais e dos estudantes da escola ao ser escolhida para o grêmio.
Sinceramente achei
uma atitude louvável da Paula de colocar esses pontos na história, pois mostra
aos adolescentes que se eles tiverem força de vontade e bons objetivos eles podem
mudar o mundo sim, ou, ao menos, iniciar uma mudança, mesmo que ela não seja
imediata. Ou seja, a Paula nos trouxe o velho “você pode fazer a diferença” que já ficou tão desacreditado, principalmente no mundo juvenil onde os adolescentes
são tachados de alienados e superficiais. Estereótipos que a nova geração está
fazendo questão de deixar para trás assim como o de que “eles não leem”.
Outro ponto positivo
foi ver o universo de Fazendo Meu Filme se cruzando com MVFS2. Acompanhar a
luta do Leo para conquistar a Fani e ver o quanto os amigos ajudaram ao seu
modo nisso, inclusive a Priscila e o
Rodrigo, foi meio que voltar no tempo. Me senti muito nostálgica quando
apareceram as “cenas”, pois eu já sabia como aquilo ia terminar, e ficava
suspirando só de relembrar a coisa toda.
Recordar é viver, já dizia o ditado popular... e a minha vó. |
Mas, voltando ao
casal principal, se eu disse no penúltimo parágrafo que as coisas melhoram um pouquinho (inho mesmo) entre os personagens, a coisa não flui muito bem da metade para o final do
livro o que realmente me deixou com o coração apertado e... bem... eu chorei. E
isso não acontecia desde Fazendo Meu Filme 3 em que eu quase desidratei. No
entanto, como já disse, tudo no livro tem seu propósito. E, na minha humilde
opinião, foi a história mais verdadeira e próxima da realidade que a Paula já
escreveu. Pois demonstra que nem sempre os dias são coloridos em um relacionamento,
e que ele pode ter muitos altos e baixos, às vezes muito mais baixos do que
altos, sem mencionar que as pessoas erram, mesmo sem querer, e acabam
machucando umas as outras. Mas isso faz parte do processo de crescimento e foi
demonstrado habilmente pela autora ao longo das 419 páginas de MVFS2.
Calma, Priscila. Não tá fácil pra ninguém. |
Então só tenho a elogiar esse último livro da
Paula e dizer que ela chegou a um nível de maturidade literária que muitos
escritores de histórias adolescentes ainda não alcançaram. Logo, super
recomendo Minha Vida Fora de Série 2. Mas já vou avisando que vocês vão ter que
ter um pouco mais de paciência com as personagens dessa vez, pelo menos até o fim, que é lindo por sinal e a gente finalmente respira dizendo: Ufa!
P.S.: Eu amei as citações de Everwood, pois eu adorava esse
seriado. Na verdade, quando as citações apareciam eu me lembrava exatamente das
cenas. Então foi um plus que deixou a leitura ainda mais gostosa. Ephram e Ammy
forever! E sim, a Ammy é a garota vingativa de Revenge.
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