Continuando a linha de tempo alternativa
à trama do livro de 63 do francês Pierre Boulle, “La Planète des Singes”; a mãe de todas as distopias contemporâneas está de volta com
um capítulo tão empolgante quanto o de 11.
Os efeitos são mais realistas e o diretor Matt Reeves consegue ser
intimista e hollywoodiano em todas as proporções possíveis. Menos na
proporção Michael Bay, essa é megalomaníaca.
A macacada está armada e poderosa e
a NRA foi lá conferir!
Desta vez não temos James Franco e nem
se explica o que houve com a personagem dele, mas presumisse que tenha morrido
pela Gripe Símia como grande parte da humanidade. Passados dez anos, os não-infectados
e/ou que criaram anticorpos para o vírus ALZ-113 estão refugiados em grandes
centros urbanos. E sem eletricidade.
Como alguns blogs noticiaram em 11, o
filme “Planeta dos Macacos — O Início” tinha muitos easter eggs e referências ao filme original de 68 e para os que se lembram da versão Tim Burton de 2001; aqui temos a cena onde o
doutor Will Rodman (James Franco) está assistindo tevê e passa a notícia sobre
o lançamento do foguete Ícarus. O tal Ícarus, é o foguete lá dos filmes da década
de 70 que caiu no tal Planeta dos Macacos e uns quatro filmes depois, quando o
capitão volta à Terra, ele cai muitos anos no futuro e... ela está dominada por
macacos inteligentes!
Easter eggs em 2011 |
TCHARAM!
Aí está a genialidade dos roteiristas dessa
nova série: fazer a história que estava acontecendo por aqui enquanto a Ícarus
vivia uma aventura no espaço, que na verdade era a Terra milhares de anos no
futuro e blá-blá-blá.
Enfim, pesquisem no Google, rs...
O Planeta em 68 |
O novo filme dá um salto de dez anos e a
sociedade símia se desenvolveu nas matas da região metropolitana de San
Francisco (é o que se pensa) perto da antiga mini-hidrelétrica que é o sonho de
consumo dos humanos refugiados. Porque, vocês sabem, ela gera energia elétrica
e macacos só precisam de um foguinho pra iluminar de noite e não são viciados
em internet, hehehe.
E é por causa disso que César e a
macacada descobrem que os humanos não são uma espécie extinta, mas refugiada no
centro da cidade. Quem não gosta nada disso é Koba (o macaco caolho que matou o
Jacobs no outro filme), porque a vida toda foi cobaia e sabe que humanos com
eletricidade são perigosos.
Tudo isso com linguagem de sinais! É muito
bom saber que mesmo, pra mim, não tendo superado o primeiro, está tão
inteligente quanto. Os roteiristas continuam a trama no mesmo nível com altos e
altíssimos mostrando que a Ascensão do Planeta dos Macacos (título original do
de 11) não é mais pacífica.
César-Koba-Malcolm-Maurice |
Mas também temos os dramas humanos na
equipe de Malcolm, um homem que perdeu a mulher para a Gripe e cria o filho
adolescente Alexander. Malcolm é o encarregado por Dreyfus (Gary Oldman) de
saber se a hidrelétrica ainda pode funcionar.
César e Malcolm ficam amigos e o macaco
se lembra de que nem todos os humanos são maus.
Dreyfus: faltou Sirius Black |
Não tem como não vibrar quando o nome de
Andy Serkis aparece na frente dos créditos, afinal a captura de movimentos só
deu outra pele, mas não substituiu o brilhante ator que já tinha dado vida ao
Gollum-Smeágol há treze anos e agora é o Macaco-Alfa, assim como a captura de movimentos
de todos os símios está perfeita. Quem também dá um show é Toby Kebell como o
vilão Koba.
Gary Sirius Black Oldman... bem,
sempre é o Gary Oldman e rouba a cena quando aparece, mas os espectadores são
mais uma vez vítimas dos caras que fazem os trailers, hahaha. O líder de San
Francisco não é o vilão do filme, como se vendia, é só um cara querendo
sobreviver e que toma as decisões erradas ainda mais depois que o exército de
César vai bater na porta dos humanos, no fim do primeiro ato, dizendo para não
voltarem mais e não há confronto. É aí que vemos que o vilão é o cruel Koba.
Koba mitou |
Os planos do macaco são malignos e ele vai
ir contra até o mandamento mais visceral da sociedade: Macaco Não Mata Macaco.
Quando ele dá o seu golpe de estado e
assalta San Francisco com o Confronto do título o filme vibra como a distopia que merece e rende uma cena antológica para a história do cinema: um macaco no melhor estilo velho oeste.
No final é impossível não se lembrar da célebre frase “eu matei Mufasa”.
Nós vibramos e choramos com a macacada.
Agora só nos resta esperar por uma batalha ainda maior, uma guerra mundial símia.
Já assistiu? Diz pra gente o que achou.
até...
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