[RESENHA] Desventuras em Série (parte 1)

Aposto que a maioria de vocês já ouviram falar desta série do Lemony Snicket, certo? E também aposto que pelo menos metade não teve coragem de encarar os 13 livros da saga! Se você já disse "São livros demais" "Não gosto de sagas longas" "O preço não vale o tamanho" "Ai, é um livro infantil" e outras desculpas, essa série de posts é feita para te convencer de que são simplesmente incríveis.

E se você já é fã dos irmão Baudelaire, fique a vontade para reviver as aventuras deles, começando pelos três primeiros livros: Mau Começo, A Sala dos Repteis e O Lago das Sanguessugas.

          Se vocês se interessam por histórias com final feliz, é melhor ler algum outro livro. Esse é a frase escolhida por Lemony Snicket para começar o livro, mas não seu último aviso. Ele não faz questão de nos deixar esquecer do quão azarada é a vida de Violet, Klaus e Sunny Baudelaire, e é claro que isso só nos deixa mais curiosos.

          Os três tem personalidades contagiantes: Violet é uma inventora, e sempre que prende seus cabelos com uma fita, já sabemos que está bolando algo, geralmente para livra-los de problemas. Klaus é bookaholic como nós aqui do blog, e usa sua inteligência para decifrar os planos do vilão. Sunny é um bebê com quatro dentes afiados, e seu amor por morder se torna útil em várias partes da série. Ela fala língua de bebê, traduzida genialmente por Lemony, como mostrado nesta quote:

"Delmo!", exclamou Sunny, o que provavelmente significava: "Se quiser, eu mordo o telefone para provar que é inofensivo", ou algo do gênero.

         Quanto aos livros, tudo começa, como você pode deduzir pelo título,mau: Acontece um incêndio na casa dos Baudelaire, deixando as crianças, que tinham ido à praia sozinhas, órfãs e sob o cuidado do Sr. Poe, o executor testamentário da herança.

          Ele encaminha os três para a casa de um parente distante, Conde Olaf, que maltrata as crianças e deixa claro que só está interessado na herança, que só poderá ser retirada quando Violet completar a maioridade.

          Como não pretendia esperar mais quatro anos por isso, Olaf e sua trupe de teatro (Um homem com mão de gancho, a pessoa que não parece nem homem nem mulher, as duas mulheres de cara branca e o homem careca de nariz comprido) começam a bolar planos para roubá-la e encontram um genial: se Violet e Conde Olaf se casassem, ele teria direito a herança! Então resolvem forjar uma peça de teatro e Olaf pede para a Juiza Strauss, sua vizinha, participar da peça e "encenar" uma cerimônia de casamento.

          Ele convenceu a todos de que seria tudo mentira, menos, claro, os irmãos Baudelaire, que buscam formas de livrar Violet do casamento. Não vou estragar a surpresa, mas a farsa é revelada e Conde Olaf e sua trupe fogem, deixando os irmãos novamente nas mãos do Sr. Poe.

          Eles são mandados para a casa do tio Monty, um especialista em répteis que é irmão da mulher do primo do falecido pai dos Baudelaire. Ao chegar lá, eles finalmente acham que serão felizes, mas... Conde Olaf aparece sob o disfarce de Stephano e diz ser ajudante do tio. As crianças o reconhecem pela sobrancelha única e pela tatuagem de olho no tornozelo, mas são ameaçados e não podem contar a verdade.

         Prestes a viajar para o Peru, eles tem que dar um jeito de falar tudo para o tio Monty, mas ele é encontrado morto na sala dos répteis, e, claro, sobra para as crianças darem um jeito de mostrar para o Sr. Poe que Stephano é o Conde Olaf antes que o vilão os levem para outro país. Eles conseguem, mas, com o fofo do Tio Monty morto, eles precisam ser levados para um novo lar.

         São adotados então pela tia Josephine, uma viúva que mora na ponta de um barranco. Ela é fascinada pela ortografia e tem medo de quase tudo: só come comidas frias porque o fogão pode explodir, não atende o telefone com medo de ser eletrocutada, não toca em maçanetas com medo de que ela se parta em milhões de pedaços e atinja seu olho, etc. Mas o que realmente os deixa apavorados é que ela não tem medo de uma pessoa: o capitão Sham, o novo disfarce do Conde Olaf. Em uma noite, ela manda as crianças para a cama enquanto combina com capitão Sham uma surpresa para as crianças, mas elas são acordadas com um barulho de vidros se partindo e quando correm para descobrir o que é, acham a grande janela da casa, que dá em um barranco caindo no Lago Lacrimoso, quebrada e um bilhete de suicídio, deixando a guarda das crianças para o capitão Sham.

          Estranhamente, o bilhete tem erros de gramática, o que nunca viria de uma pessoa como ela. Prestando bastante atenção, eles descobrem uma pista no bilhete e correm atrás dela, fazendo de tudo para não cair nas garras do Conde Olaf.

          Apesar de conseguirem revelar o plano de Olaf, ele consegue fugir e os Baudelaire precisam ser enviados para um novo tutor. É aí que eles vão parar na Serraria Alto-Astral e são obrigados a trabalhar para se manter.

          Mas esta desventura fica para o próximo post.