Tem autores que acham que sim e chegam a reclamar dos que não fazem, já outros não concordam e criticam os que gostam da ideia. Mas, cá entre nós, será que tem um lado certo?
Foi o que nós, Alice, Maria Raquel, Amanda, Mel, Clara, Giulia, Isabel, Lucie, Marina, Larissa e Chris discutimos e a nossa conclusão você pode ver clicando no super simpático "continue lendo".
A primeira pergunta: Por que não no Brasil?
Para o leitor, é perceptível, mesmo não sabendo de antemão, quando aquele não é o ambiente natural do autor. As coisas ficam artificiais e rasas, faltam detalhes na narrativa. Para um escritor que se muda para outro estado já é necessário tempo para se ambientar e sentir-se em segurança para escrever uma história ambientada lá, com personagens locais., imagine só em um país em que se passa só um tempo em viagem ou fazendo intercâmbio! A cultura é muito importante, não são só coisas como o que se come na janta, mas coisas pequenas como a maneira de tratar um amigo ou conhecido, o relacionamento dentro da família e o que é educado ou não se perguntar na primeira vez que se conversa com alguém.
Escrever sobre aquilo que está, de certa forma, enraizado na gente, dá uma profundidade maior pro texto e uma proximidade maior entre leitor e história. Economiza tempo nas pesquisas, dá uma rapidez e uma fluidez maior na hora de escrever, facilita na construção dos diálogos... Há uma porção de vantagens que a gente nem sempre considera na hora de escolher uma ambientação pra história. Escrever sobre uma realidade próxima à sua faz com que o texto se torne muito mais palatável pra quem for ler depois, porque, além de atiçar a imaginação, aguça aquele sentimento gostoso de conhecer aquilo que estamos lendo. E se dá pra facilitar, por que criar dificuldades?
E a segunda: Por que não fora dele?
Se a nossa cultura é rica? Claro que é! Mas temos que lembrar que o Brasil é só um pedacinho de um planeta enorme, e que neste planeta tem vários lugares com várias culturas incríveis também. É muito melhor se escrever sobre o que se conhece, mas também é super saudável escrever sobre algo que nunca conheceu!
Se fica artificial? Fica. Mas se limitar ao que se conhece, as vezes, pode ser se limitar a cidade aonde vive. Alguns autores vivem em cidades com possibilidades diferentes, claro, mas existem cidades que esgotam seus recursos em um livro só. Até mesmo as maiores esgotam em algum momento! O autor precisa fugir dessa repetição, e para isso recorre a pesquisa. Mas, vejamos: para fazer uma história que se passa, por exemplo, em Bonito, vai ser necessário pesquisar tanto quanto se pesquisaria para a história se passar em uma ilha grega, e ambas as opções soariam artificiais para um autor que não conhece a cidade. Então por que não depender de onde a personalidade dos personagens ou as necessidades da história te levam?
Talvez seja uma guerra de bolas de neve que te leve para a Noruega, ou uma estrutura que você não consiga imaginar se passando fora dos Estados Unidos que te encaminhe para lá, e, nesse caso, restringir menos e ampliar as possibilidades é incrível.
Para o leitor, é perceptível, mesmo não sabendo de antemão, quando aquele não é o ambiente natural do autor. As coisas ficam artificiais e rasas, faltam detalhes na narrativa. Para um escritor que se muda para outro estado já é necessário tempo para se ambientar e sentir-se em segurança para escrever uma história ambientada lá, com personagens locais., imagine só em um país em que se passa só um tempo em viagem ou fazendo intercâmbio! A cultura é muito importante, não são só coisas como o que se come na janta, mas coisas pequenas como a maneira de tratar um amigo ou conhecido, o relacionamento dentro da família e o que é educado ou não se perguntar na primeira vez que se conversa com alguém.
Escrever sobre aquilo que está, de certa forma, enraizado na gente, dá uma profundidade maior pro texto e uma proximidade maior entre leitor e história. Economiza tempo nas pesquisas, dá uma rapidez e uma fluidez maior na hora de escrever, facilita na construção dos diálogos... Há uma porção de vantagens que a gente nem sempre considera na hora de escolher uma ambientação pra história. Escrever sobre uma realidade próxima à sua faz com que o texto se torne muito mais palatável pra quem for ler depois, porque, além de atiçar a imaginação, aguça aquele sentimento gostoso de conhecer aquilo que estamos lendo. E se dá pra facilitar, por que criar dificuldades?
E a segunda: Por que não fora dele?
Se a nossa cultura é rica? Claro que é! Mas temos que lembrar que o Brasil é só um pedacinho de um planeta enorme, e que neste planeta tem vários lugares com várias culturas incríveis também. É muito melhor se escrever sobre o que se conhece, mas também é super saudável escrever sobre algo que nunca conheceu!
Se fica artificial? Fica. Mas se limitar ao que se conhece, as vezes, pode ser se limitar a cidade aonde vive. Alguns autores vivem em cidades com possibilidades diferentes, claro, mas existem cidades que esgotam seus recursos em um livro só. Até mesmo as maiores esgotam em algum momento! O autor precisa fugir dessa repetição, e para isso recorre a pesquisa. Mas, vejamos: para fazer uma história que se passa, por exemplo, em Bonito, vai ser necessário pesquisar tanto quanto se pesquisaria para a história se passar em uma ilha grega, e ambas as opções soariam artificiais para um autor que não conhece a cidade. Então por que não depender de onde a personalidade dos personagens ou as necessidades da história te levam?
Talvez seja uma guerra de bolas de neve que te leve para a Noruega, ou uma estrutura que você não consiga imaginar se passando fora dos Estados Unidos que te encaminhe para lá, e, nesse caso, restringir menos e ampliar as possibilidades é incrível.
E o veredicto final é...
Por mais nacionalista que se seja, quem nunca escreveu uma história em uma high school, com armários e horários de almoço, que atire a primeira pedra. Por mais talentoso que o autor seja, qualquer trabalho inicial tem um cheirinho de cópia. Não a cópia literal, claro, mas sim uma inspiração BEM grande naqueles que te inspiram, nos autores que você gosta naquele determinado momento, e como a maior parte das inspirações são gringas, vão sair vários protagonistas a lá Meg Cabot, por exemplo. Mas, por outro lado, faz parte do amadurecimento do autor escrever histórias em outros lugares, isso o força a imaginar e pesquisar muito, faz com que ele pense fora da sua zona de conforto.
Mas mesmo depois de vários livros escritos, acabamos vendo que não tem como escolher um lado nessa discussão. Claro que, por mais que se pesquise Nova York, por exemplo, é só estando lá se percebe certas coisas sobre a cidade e o quanto isso faz uma falta absurda no livro depois que as conhece. Mas tudo realmente depende do motivo de se estar citando a tal cidade e a usando no livro. Se prender geograficamente, só para dizer que faz uma literatura nacional, não assegura que o livro vai ser bem escrito, porque nós mesmos podemos ser aliens em relação ao nosso espaço, afinal, como pessoas, vivemos em espaços sociais determinados por nossos backgrounds.
Por mais nacionalista que se seja, quem nunca escreveu uma história em uma high school, com armários e horários de almoço, que atire a primeira pedra. Por mais talentoso que o autor seja, qualquer trabalho inicial tem um cheirinho de cópia. Não a cópia literal, claro, mas sim uma inspiração BEM grande naqueles que te inspiram, nos autores que você gosta naquele determinado momento, e como a maior parte das inspirações são gringas, vão sair vários protagonistas a lá Meg Cabot, por exemplo. Mas, por outro lado, faz parte do amadurecimento do autor escrever histórias em outros lugares, isso o força a imaginar e pesquisar muito, faz com que ele pense fora da sua zona de conforto.
Mas mesmo depois de vários livros escritos, acabamos vendo que não tem como escolher um lado nessa discussão. Claro que, por mais que se pesquise Nova York, por exemplo, é só estando lá se percebe certas coisas sobre a cidade e o quanto isso faz uma falta absurda no livro depois que as conhece. Mas tudo realmente depende do motivo de se estar citando a tal cidade e a usando no livro. Se prender geograficamente, só para dizer que faz uma literatura nacional, não assegura que o livro vai ser bem escrito, porque nós mesmos podemos ser aliens em relação ao nosso espaço, afinal, como pessoas, vivemos em espaços sociais determinados por nossos backgrounds.
Esse é o grande truque do autor, fingir ser outra pessoa. Alguns fazem magistralmente, outros precisam de muita pesquisa, mas é assim que os autores funcionam. Nós somos especialistas em fingir! Não precisamos ser médicos para escrever sobre um médico, nem um antigo coronel de fazendas para escrever sobre um, mas precisamos sim de muita informação e muita pesquisa para nos ambientarmos.
No fim das contas, um autor precisa sim conhecer o lugar sobre o que escreve, mas se não conseguir, que isso não seja uma regra ou um impossibilitador, desde que ele se empenhe em pesquisar costumes, cultura, a cidade em si e converse com pessoas que já viveram ou vivem lá. As coisas fluem de acordo com o comprometimento do autor.
E você, o que prefere: no Brasil ou fora dele? Dê seu pitaco!
No fim das contas, um autor precisa sim conhecer o lugar sobre o que escreve, mas se não conseguir, que isso não seja uma regra ou um impossibilitador, desde que ele se empenhe em pesquisar costumes, cultura, a cidade em si e converse com pessoas que já viveram ou vivem lá. As coisas fluem de acordo com o comprometimento do autor.
E você, o que prefere: no Brasil ou fora dele? Dê seu pitaco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário