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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

[ESPECIAL ESTHER EARL] A estrela que nunca vai se apagar

Edição: 1
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580574661
Ano: 2014
Páginas: 448
Tradutor: Edmundo Barreiros, Regine Winarki, Maria de Lourdes Sette
Sinopse: "Ela me faz lembrar que uma vida curta também pode ser uma vida boa e rica, que é possível viver com depressão sem ser consumido por ela e que o sentido da vida está na união, na família e nas amizades que transcendem e sobrevivem a todo tipo de sofrimento." As palavras são do autor John Green, que era amigo de Esther e escreveu a introdução de A estrela que nunca vai se apagar. A amizade dele com a adolescente foi tão intensa que a história dela serviu de inspiração para o aclamado A culpa é das estelas, publicado pela Intrínseca em julho de 2012. Desde nova, Esther gostava de escrever cartas e diários, e, durante o tratamento contra o câncer, mantinha uma rede de amigos on-line - alguns deles membros da comunidade chamada Nerdfighteria, criada por John Green e seu irmão, Hank, em que jovens discutem sobre livros e ideias para tornar o mundo um lugar melhor. Os irmãos famosos postam regularmente vídeos no YouTube sobre assuntos variados, mas sempre pertinentes ao universo jovem. Quando estava muito debilitada, Esther realizou o desejo de passar um fim de semana na companhia dos amigos, e, com a ajuda da instituição sem fins lucrativos Make-A-Wish, ela, John e um grupo de adolescentes viveram momentos de descontração e emoção. O encontro aconteceu em Boston, em julho de 2010. Em agosto do mesmo ano, logo após seu 16º aniversário, Esther faleceu.

Quando tinha 12 anos e vivia na França com a família, Esther Grace Earl foi diagnosticada com câncer de tireoide. A garota, antes ativa, agora tinha dificuldades para respirar, pulmões comprometidos e uma longa batalha contra o câncer pela frente.
É muito difícil falar sobre TSWGO (sigla que vem do título em inglês, This star won't go out) porque se trata não apenas de uma biografia muito curta, como também muito, muito densa. Falar sobre o livro significa falar sobre a própria Esther, e mesmo depois de ler as palavras dela e daqueles que eram mais próximos dela, sinto como se não tivesse autoridade nenhuma pra fazer isso.
A história de Esther é narrada em TSWGO em várias frentes. Conta não somente com uma introdução emocionante de John Green - chorei nas primeiras três páginas, ridículo - como também com a transcrição de vídeos de Esther, de conversas dela com os amigos em chats no Skype, com cartas que escreveu para a família, trechos de seus diários, fotos, e posts no seu blog e no blog criado pelos seus pais para manter os amigos e parentes atualizados sobre seu estado de saúde. Lá pro final, depois das páginas que precedem sua morte na timeline do livro, tem ainda o depoimento emocionado de cada familiar e amigo.
Desnecessário dizer que é apenas a coisa mais arrepiante, emocionante e profunda que eu já encarei em toda a minha vida, né?
Lendo TSWGO dá pra ter uma visão de Esther em (quase) todos os seus ângulos. Era uma garota carinhosa, amorosa, sempre preocupada em fazer o melhor pros outros, que tinha poucos, mas muito bons amigos, que tinha uma grande relação com deus, que prezava a família e que tentava tirar o melhor da vida, apesar da doença. Era, acima de tudo, muito humana, no melhor aspecto da palavra - não era completamente altruísta, mas se cobrava diariamente para se tornar uma pessoa melhor. O tipo de pessoa que eu gostaria de ter conhecido, e que gostaria de ser. Senti que criei uma conexão estranha com ela, talvez nem tanto pela sua história, mas pelas suas próprias palavras - Esther tinha um jeito legal de ver o mundo e uma maneira de se expressar que eu consigo compreender muito bem; ela escreve muito melhor do que fala, segundo ela mesma. As palavras na ponta da caneta são suas amigas. Não tem como não me conectar com isso.
Consegui perceber também como Esther inspirou John Green a ponto de fazer nascer A culpa é das estrelas. Não, ACEDE não é de forma nenhuma a história de Esther, mas, já tendo lido ambos os livros, é impossível não notar aqui e ali algumas semelhanças entre Esther e Hazel, que começam pelo nome (o nome do meio de Esther é Grace, não coincidentemente o sobrenome da personagem Hazel) e pela idade, pela trajetória do câncer, passando pela constante companhia do tubo de oxigênio e indo parar em um tipo de experiência que Esther nunca viveu (se apaixonar por um garoto) e que, de certa forma, John Green "deu" a ela através de sua personagem. Há também várias semelhanças no humor das duas e na forma aberta e honesta como encaravam a vida e a doença. Se Esther tivesse lido ACEDE, teria se sentido honrada, e feliz. Infelizmente, não pôde.
Avaliar um livro como este é impossível. Não tem um balanço de coisas boas e ruins, tem só... aprendizado, e dor, de certa forma. E a lembrança de uma estrela que, do que depender da gente, nunca mesmo vai se apagar.


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Um comentário:

  1. Só de ler o livro já queria ser uma amiga de Esther. Queria tanto poder dar um abraço nela, por ela se expressar tão bem e ter sentimentos tão profundos. Cada momento eu imaginava ela vivendo, e cada vez mais que eu passava as páginas, eu não queria imaginar um fim na vida de uma menina tão meiga como a Esther.
    Também já chorei nas primeiras páginas, sendo que praticamente acabei com todos os meus POST-ITs em quoutes que eu gostava.
    Eu concordo com você no sentido de que não se deve falar mal desse livro, porque de certa forma estária manchando a memória de Esther.

    livrolatra.blogspot.com

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