Um dos YAs mais celebrados dos últimos tempos, A Culpa é das Estrelas foi o romance que consagrou o americano John Green - vlogger, nerdfighter e quebrador de corações - como autor em todos os lugares do mundo. Embora não tenha sido o seu primeiro livro publicado (na verdade, é um dos mais recentes), foi através dele que leitores de todo o mundo chegaram aos seus trabalhos anteriores. E agora, ACEDE chegou também aos cinemas.
A adaptação cinematográfica estrelada por Shailene Woodley e Ansel Elgort começou a chegar aos cinemas dos EUA, do Brasil e de incontáveis outros países nesta quinta-feira. Eu assisti na estreia, e claro que vim dividir os sentimentos com vocês!
Sei que a maioria de vocês já deve ter lido resenhas (ou o livro), mas como cabe em toda review, falemos um pouquinho da história: narrado sob o ponto de vista de Hazel Grace Lancaster, o livro/filme conta a trajetória da própria, portadora de um câncer terminal, enquanto ela sobrevive, dia após dia, nos altos e baixos de sua doença e nas limitações que ela propõe. Um dia, num grupo de apoio a pacientes com câncer, Hazel conhece Augustus Waters, já curado (embora o câncer tenha lhe custado uma perna), por quem ela, mesmo sem querer, se apaixona.
Falando assim parece simples, mas ACEDE é o tipo de romance que se faz extremamente peculiar mesmo boy-meets-girl. O câncer é, claro, um fator decisivo nessa equação, mas acho que é muito válido ressaltar que ACEDE não é um livro sobre o câncer, mas uma história que contém a doença como um de seus elementos -um dos vários motivos pelos quais eu gostei tanto da história. Ele muda completamente a visão de mundo dos personagens, e, obviamente restringe certas ações, mas há muito mais em jogo do que só a doença.
no clichê de
Quando li o livro, chorei horrores - acho que grande parte das pessoas respondeu da mesma forma. ACEDE termina de uma maneira esperada, mas, ao mesmo tempo, completamente surpreendente. Mas, acima do chororô, o livro me fez repensar em certas coisas. É uma história contada de maneira bastante reflexiva e introspectiva, de certo modo. E um dos meus maiores medos quanto à adaptação era que isso não transparecesse na tela - que o filme não mexesse comigo como o livro mexeu. Que algum ingrediente faltasse em prol de um ar mais hollywoodiano.
Estava errada. Embora o estrago emocional não tenha sido nem de longe tão intenso quanto com o livro, o filme não deixa a desejar em nenhum quesito. Conseguiu retratar de maneira fiel os personagens, conseguiu transmitir os momentos reflexivos sem se tornar chato, e conseguiu me tocar de modo que eu saísse da sessão com um buraco no peito e os olhos inchados. Isso se dá não só pelo fato de o texto ser muito sensível e fiel ao original, mas porque o filme em si tem um ar extremamente sincero. Shailene e Ansel, de quem eu bem duvidava quando foram selecionados, são Hazel e Gus, sem tirar nem por - e não só quando estão em cena, mas também e principalmente nos momentos em que os seus personagens se carregam sozinhos.
Não há muito mais que eu possa dizer sobre o filme que caiba numa resenha. Como o livro, acho que é o tipo de coisa que precisa ser visto e sentido (e, quotando a obra, "a dor precisa ser sentida"). Mas acho que mesmo o espectador mais indiferente não vai conseguir sair da sessão sem um pouquinho de emoção com a história - se um sorriso mínimo pela beleza, ou um rio de lágrimas pela tristeza, cabe a cada um. Mas que vale cada minuto... ah, isso vale!
Nenhum comentário:
Postar um comentário