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quarta-feira, 24 de abril de 2013

[RESENHA] O menino do pijama listrado — John Boyne

O Menino do Pijama Listrado
Título Original: The Boy in the Striped Pyjamas
Autora: John Boyne
Editora: Cia. das Letras
Ano: 2007
Páginas: 186

Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os Judeus. Também não faz idéia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. "O Menino do Pijama Listrado" é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.



Muita gente pega esse livro pensando que pode ser muito infantil, assim como muita gente também termina o livro pensando que o final poderia ser mais trabalhado. Eu já começo a resenha dizendo pra você não se enganar: o livro é assim mesmo. Você precisa saber detalhes sobre o Holocausto para entender o final (caso não tenha visto o filme) e, quanto ao livro ser infantil... não é bem assim que acontece. O livro é narrado de forma infantil, e é esse o diferencial, o que faz com que você se lembre do livro depois que termina de ler.

Eu classificaria O menino do pijama listrado como um livro excelente: os personagens são excepcionalmente bem desenvolvidos, o enredo apresenta uma situação inesperada (um garoto alemão fazendo amizade com um judeu em pleno Holocausto) e a a história, apesar de triste, não é contada de um jeito melancólico – e justamente por conta dos personagens. A narrativa gira ao redor de Bruno, adquirindo, assim, seu caráter infantil.

Bruno é um garoto de nove anos, filho de um comandante do exército alemão. Ele não faz ideia de que esteja acontecendo uma guerra ou pra que ela serve, não sabe o que estava acontecendo com os judeus na época nem porque todos os culpavam por tudo. Só sabe que não está contente com a ideia de se mudar de sua enorme casa em Berlim para uma no meio do nada  afinal, a única coisa que pode fazer lá é observar a estranha "fazenda" cercada da janela de seu quarto, na qual todos os trabalhadores estão sempre de pijama.

Bruno vive descontente até que, em uma de suas explorações, ele descobre Shmuel, um garoto que vive do outro lado da cerca e nasceu no mesmo dia que ele. Os dois logo ficam amigos, e Bruno vai até a cerca todos os dias para conversar com Shmuel. Este tem mais noção do que acontece ao seu redor e porque está preso ali. Pessoalmente, eu prefiro o Shmuel – ele me pareceu ser mais leal e mais gentil do que Bruno, que, por vezes, pensava mais em si mesmo do que em qualquer outra pessoa. Não o condeno por isso, até porque, faz com que o personagem seja ainda mais bem construído.

E isso faz com que a narrativa seja o ponto alto do livro: Bruno, a sua ingenuidade. Como eu disse antes, mesmo a história sendo triste, ela não é contada desse modo, e isso por causa do Bruno – pois quando o autor aprofunda a narrativa nesse ponto (a inocência/ignorância do protagonista), são momentos até graciosos, que amenizam a tristeza do contexto no qual a história está inserida e deixam a leitura mais leve.

Quanto ao final, realmente não é muito esclarecedor. É bom ter estudado a Segunda Guerra para entender não só o fim, mas também alguns trechos do livro, como coisas que o Bruno ouve ou vê, mas não entende.

Por fim, deixo o trailer do filme aqui – e quem já assistiu, leiam o livro! Apesar de ser bem adaptado, ainda é melhor do que o filme.



Beijinhos e até o próximo post!
Ju

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5 comentários:

  1. Oi Ju, tudo bem??

    Li esse livro quando eu tinha meus 18 anos e acho que eu não estava amadurecida o suficiente para ele. Acabou que nem consegui terminar de ler, mas fiquei com a sensação de que poderia ter forçado mais, sabe? Desde então to querendo reler esse livro, mas acabo sempre adiando. Sua resenha me motivou a tentar resgatar esse livro de novo =)

    beijos
    Kel
    porumaboaleitura.blogspot.com.br

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  2. Vou confessar pra você, eu tinha uma ideia completamente equivocada desse livro pela capa e titulo. Acho que como você disse, eu imaginava algo mais para crianças. Se já tinha vontade de lê-lo antes que sabia bem pouco sobre o enredo, agora então, apenas PRECISO do livro. Tenho a impressão de que a leitura para mim, não será fácil, mas ok, eu encaro.

    *Não sabia que tinha filme. =O

    Bjs, @dnisin
    www.seja-cult.com

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    Respostas
    1. Eu também pensava assim, quando vi o livro pela primeira vez. Aí decidi ver o filme e percebi que estava totalmente errada. Espero que também pense assim quando ler o livro, é muito mais do que isso *-*

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