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sábado, 15 de dezembro de 2012

[RESENHA DO FIM DO MUNDO] O Apocalipse na Bíblia

Faltam 6 dias para o fim do mundo

O Apocalipse bíblico é provavelmente uma das mais antigas "versões" do fim do mundo. Escrito pelo Apóstolo João, o livro que encerra a Bíblia é também aquele que traz a versão divina do fim dos tempos - que nem é tão divina assim. Contando com um infindável desfile de acontecimentos horrorosos, confesso que o Apocalipse bíblico meio que me faz desejar que o apocalipse zumbi aconteça. Mas, já que estamos na Semana do Fim do Mundo, e a Bíblia é um dos livros mais antigos (e mais vendidos!) do mundo, não podia deixar de colocar a versão dela por aqui. Então vamos lá.

Primeiro, preciso dizer que já se passaram uns bons anos desde que li a Bíblia (e este livro específico), então tive que fazer uma boa pesquisa pra poder escrever esse post - por isso, me perdoem se a coisa toda ficar com uma mega cara de Wikipedia, e se eu pular algumas coisas pra partir pro que me interessa mais. Provavelmente está assim mesmo. Não tive intenção nenhuma de criar discussões religiosas a partir deste post, apenas de encarar a coisa toda como uma história - que, infelizmente ou não, muita gente não conhece. Então resolvi dar uma resumida e falar um pouquinho a respeito.

De todo modo, vamos ao que interessa: o Apocalipse.

Nele, o Apóstolo João relata que seu espírito foi recebido num reino divino, onde deu de cara com um enorme trono, cercado por vinte e quatro tronos menores, ocupados por anciãos. E, ainda neste círculo, quatro animais: uma espécie de leão, algum tipo de bezerro, um de aparência humana e um que se assemelhava a uma águia. E, em posse daquele sentado no trono maior, estava um livro, cheio de escritos, e protegido por sete selos. Um livro que não poderia ser aberto ou lido, mas cujo detentor desafiava alguém a fazê-lo

E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?
E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele
.
Apocalipse 5:2-3

Eis que surge, entre anciãos e animais, um Cordeiro de sete chifres e sete olhos, morto, que toma o livro para si enquanto os outros entoam cânticos sobre ele. A morte do Cordeiro é o primeiro selo que foi aberto. E é aí que a coisa começa a ficar séria.


E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer. 
Apocalipse 6:2

A Peste é o primeiro dos quatro Cavaleiros do Apocalipse a ser libertado. Sequencialmente, os sete selos, conforme rompidos, vão libertando seus irmãos: Guerra, Fome e Morte. Cada um traz exatamente aquilo que seus nomes já nos adiantam: pestilências, destruição, ódio, fome, caos, morte. Em companhia dos Cavaleiros, outros fenômenos apocalípticos nada legais tomam conta da Terra...


E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue;
E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.
E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. 

Apocalipse 6:12-14

Após a abertura do sétimo selo, reina apenas o silêncio por meia hora. E então sete anjos munidos de trombetas lançam mais caos sobre a terra ao tocá-las: a morte das criaturas do mar, a morte das criaturas em terra, a destruição da lua, do sol e das estrelas.

Mas o "ponto alto" de tudo está em algo que acredito que todo mundo aqui já tenha ouvido falar: o nascimento do Anticristo.

E vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia. 
Apocalipse 13:1



Definido na Bíblia como a mais medonha das bestas, o Anticristo seria aquele que governaria a terra pelos sete anos vindouros, numa era de terror sem precedentes. E todos aqueles que se juntassem ao Anticristo e virassem as costas a Deus e seus ensinamentos, seriam marcados, na mão ou na testa, pelo símbolo/número da besta - um lembrete do lado escolhido, uma passagem só de ida pro inferno, como prefiram.

Mas nem tudo estava perdido: sete anjos surgem dos céus, com sete taças que continham as últimas pragas representativas da ira de Deus - as pragas que findariam o sofrimento, e sobre as quais nenhum mal poderia triunfar. Os rios se tornam puro sangue, o sol se torna fogo que incendeia os pecadores, e trovoadas e terremotos como nunca antes vistos se abatem sobre a terra. Essas pragas exterminaram todos aqueles associados ao Anticristo e, afinal, pôs um fim à besta.

Vem então o final feliz: a aclamada segunda vinda de Jesus Cristo, e o Juízo Final, onde todos os homens (tipo 'humanidade', tá, gente, não  homens) são julgados e condenados ao Inferno Eterno ou ao Paraíso Eterno.

A primeira coisa que todo mundo tem que manter em mente quando se trata do livro do Apocalipse é que ele, assim como diversos outros textos da Bíblia - e, claro, praticamente todos os outros textos/livros/escritos do mundo - é sujeito à interpretação. Embora tenha suas passagens mais literais, grande parte do livro é escrito numa linguagem muito mais simbólica e reflexiva.

Então é evidente que, pra cada um que lê, todas essas pragas e catástrofes e simbologias atingem níveis diferentes de interpretação. Há quem diga que o Apocalipse já começou e só a gente que não percebeu: mudanças climáticas, altos terremotos, tsunamis, Hebe e Niemeyer morrendo no mesmo ano, hello-o, claros sinais do fim dos tempos! Mas, se fosse assim mesmo, então eu diria que o Apocalipse já começou há muitos e muitos anos atrás e está num slow motion danado. Só o Cavaleiro da Guerra já estava fazendo a festa há décadas - sabe como é, Primeira e Segunda Guerra, terrorismo e tudo mais.

Mas a gente precisa concordar que, se o mundo acabar mesmo dia 21, a "teoria" do Apóstolo João não seria exatamente o jeito que todo mundo gostaria de morrer. Dispenso Cavaleiros, milênios de sofrimento, bestas chifrudas e a ira de Deus sobre os homens - se for pra tudo explodir na semana que vem, prefiro que seja rápido e sem tempo pro caos. Tipo arrancar um band-aid. Alguém arranca um enorme band-aid da Terra e PUF, cabou.

Fico por aqui! Se o mundo não acabar, até a próxima ;)
Bom fim de mundo ano pra vocês!
Larissa

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5 comentários:

  1. Sério, eu me pelava de medo quando tinha que ler isso nas aulas de catequese. Mas achava engraçado o "Vêm e vê". Ótima resenha Lari. Ainda mais sobre um texto tão subjetivo que chega a parecer mais uma viagem patrocinada por um bule cheio de chá de cogumelo.

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  2. O Apocalipse é meu livro favorito da Bíblia. E, vamos concordar, o melhor do Novo Testamento.
    Minha parte favorita é a da Virgem, que pisa na cabeça do dragão.
    Gente, é tão *------------*
    Enfim, ótima resenha Lari :)

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  3. Uma amiga minha (ok, ela não era minha amiga, era só uma garota que trabalho comigo numa loja em 2010) tinha REAL MEDO do Apocalipse da Bíblia. Ela sabia o livro inteiro de cor e me mandava rezar para que eu não fosse condenada à danação eterna.
    Não sei se acredito ou não, mas é uma história que vale a pena ser contada. Ainda mais por você, Lady.
    Post sensacional.

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  4. Ai gente, cabe sempre interpretação, né. A Bíblia não é um livro para ser ler literalmente, especialmente se você tem fé cristã.

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    Respostas
    1. Mas vale ressaltar que antigamente eu também me pelava de medo de qualquer teoria de fim do mundo. Hoje, sou bem mais tranquila em relação a isso. Mas, acho que disso tudo aí, a única coisa que realmente importa e que com certeza aconteceria, é a parte final :)

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