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terça-feira, 21 de maio de 2013

[ENTREVISTA] Mari Scotti


Nascida em 22 de fevereiro de 1980, a paulistana Mari Scotti estudou Recursos Humanos na Faculdade das Américas, mas decidiu seguir carreira na literatura. Apesar de ser apaixonada pelas letras desde a infância, não foi até 2009 que alguém descobriu seus textos, quando ela decidiu mostrar algumas de suas fanfics no site Twilight Brasil Fanfics. E 2013 começou com tudo pra Mari: em Março, a Editora Aped publicou seu primeiro livro, Insônia, e agora seu novo lançamento, Híbrida foi lançado pela Editora Novo Século. E como a gente adora saber de onde vem essa vontade de escrever, fomos bater um papinho com a Mari...



1) Primeiro, conta pra gente um pouquinho sobre você. Como descobriu que o que queria fazer da vida era escrever?

Começou muito nova, por culpa da minha mãe e de uma professora chamada Sandra. Ambas me incentivavam a ler, descobriram meus gostos e me davam livros que eu lia ávida. Escrever surgiu depois que li um romance policial escrito pela minha mãe. Fiquei fascinada pela idéia de criar minhas próprias histórias. Até tentei, mas desisti, pois não conseguia colocar minhas idéias no papel. Esse desejo reascendeu depois que li Crepúsculo e descobri qual era o meu estilo preferido de escrita: fantasia. O desejo de publicar veio depois de conhecer a escritora nacional Nazarethe Fonseca, pois vi que existiam escritores no Brasil tão incríveis quanto os que eu gostava estrangeiros. Contar histórias sempre esteve dentro de mim, as contava a mim mesma. Quando decidi mostrar aos outros, vi que era capaz de encantar e que meus personagens podiam cativar as pessoas. Fiquei ainda mais fascinada pela ideia e não desisti enquanto não terminei meu primeiro manuscrito.

2) Fale um pouco sobre “Híbrida” para os leitores que ainda não conhecem o livro.

Híbrida conta a história de Milosh Maundreall, um vampiro deprimido que está a procura de sua esposa e rainha que sumiu há quase cem anos. Ele precisa encontra-la não só pela saudade que sente, mas porque os vampiros estão desafiando as leis da Coroa e precisa antecipar o caos. Conta também a história de Ellene, uma garota que nasceu acreditando ser um lobisomen e que descobre que mentiram para ela a vida toda e que na verdade tem sangue de vampiro – seus maiores inimigos – correndo em suas veias. Os dois tem algo em comum e uma afinidade que nenhum deles entende, mas que os unirá inesperadamente.

3) Como foi o processo de publicação de “Híbrida”? Demorou muito tempo entre você terminar o livro e conseguir publicá-lo?

Quando comecei a escrever Híbrida, era como teste e postava no meu site de fanfics (Twilight Brasil Fanfics), pois queria saber se as pessoas receberiam bem meus personagens e se eu realmente tinha talento para isso. A resposta dos leitores foi incrível, maravilhosa. A primeira versão da obra terminei em 2011, mas foi só em 2012 que finalizei mesmo o primeiro livro, pois decidi reescrevê-lo. A segunda versão da história ficou muito melhor e é em terceira pessoa.
Como pensava em publicar, desde 2009 pesquisei sobre editoras, como enviar minhas obras, etc, então a busca quando decidi publicar Híbrida não foi muito complicada, já conhecia o caminho. O complicado foi mesmo esperar as respostas. É uma agonia sem fim esperar para saber se o que escreveu é bom o suficiente para uma editora escolher entre milhares de manuscritos que recebem anualmente e dizer: Queremos seu livro!
Mas é imensurável a sensação de quando temos a resposta! Fiquei dias rindo sozinha, mal acreditando que meu sonho seria real em 2013.

4) Como sua família reagiu quando você decidiu abraçar a carreira de escritora?

Minha família sempre soube que eu queria escrever, mas no começo ficaram preocupados, pois não saia do
computador, estava isolada de todo mundo, não só porque queria escrever, mas porque passei por uma fase complicada de depressão e escrever era meu refúgio, minha válvula de escape. Demorou alguns anos para entenderem que escrever é que me deixava bem, que meus personagens que me ajudavam a não piorar, pois cheguei ao ponto de não ter ânimo nem de viver mais.
Deixando o drama de lado, quando notaram que a profissão era algo sério para mim, passaram a me incentivar a publicar. Foi meu pai o maior culpado! Eu não acreditava muito que poderia sair do meu computador e parar nas livrarias, mas ele acreditou, me enfrentou para que deixasse os medos de lado e me impulsionou a enfrentar tudo e buscar a publicação.
Minha maior preocupação era a reação das pessoas que convivem comigo na igreja, pois evangélicos dificilmente aceitam a literatura fantástica, e por meio do meu pai, meu pastor leu meu primeiro livro e me apoiou completamente. Só tive coragem de assinar o contrato depois que meu pastor e meu pai me disseram: Vá em frente, tem nosso apoio!
Quis contar isso, porque sou muito grata a esses dois homens, porque eram os que eu acreditava que não me deixariam publicar, principalmente pelo segmento que escolhi e sem o apoio deles, certamente não estaria aqui.

5) Tem algum escritor ou escritores em quem você se inspirou para prosseguir seu caminho? Se sim, quais?

Vários, mas aqueles que mais admiro e apoio são: Stephenie Meyer e Nazarethe Fonseca. Ambas me ajudaram de maneiras bem distintas. A Steph, pois se não fosse a Saga Crepúsculo, talvez nunca tivesse lido um livro de fantasia e não descobriria qual o segmento que queria escrever. Além da narrativa dela ser uma das que mais me inspiram! Dela e da Cassandra Clare. São incríveis!
Nazarethe Fonseca, pois mesmo sem me conhecer, respondia meus e-mails dando dicas de escrita, incentivando a não desistir de ser escritora. Ela é uma mulher talentosa e incrível!

6) Como você analisa o apoio a literatura nacional atualmente?

Há dois anos eu diria que não há apoio algum, mas a movimentação dos blogueiros e de algumas – ainda poucas –, editoras, tem mudado esse perfil.  O autor nacional tem conseguido algum espaço, mesmo que mínimo, e acredito que tende a crescer ainda mais a cada ano. Fico feliz de fazer parte disto, desta mudança, de ajudar a conscientizar o povo brasileiro a valorizar o que é nosso, da nossa terra. Como blogueira e como escritora.

7) Qual é, pra você, a parte mais difícil de ser escritora? E a mais legal?

O mais difícil tem sido lidar com alguns blogueiros. Infelizmente a maioria não entende que apoiar o autor nacional não é pedir livro de graça, mas começa com a compra do livro daquele autor. Se eu não fosse do Brasil e eles quisessem me ler, certamente pagariam absurdos pelo livro e fico triste quando tratam-nos como se fossemos obrigados a doar o exemplar em troca de divulgação ou resenha. Eu faço a minha parte, vendo a preço de custo, no valor que eu paguei para a editora, na maior parte das vezes o frete ainda sai do meu bolso. Isto já é valorizar o trabalho do blogueiro e a troca é ele valorizar o meu trabalho também, pois o livro é escrito com amor, suor, dias sem a família e os amigos, noites sem dormir e muito dinheiro investido. Muito mesmo. Mas... ainda estou aprendendo a lidar com isso.
O mais legal é o retorno dos leitores. A maioria quer me matar, pois meus livros são séries e terminam dando gancho para o próximo livro e eu fico maravilhada com cada recado e xingamento que recebo. É um sonho, um sonho real! Além do retorno ainda faço amizade com a maioria dos leitores, muitos deles ainda me dão feedback sobre o que esperam dos próximos volumes, o que me ajuda a finalizar a série que ainda não está pronta. Amo demais!

8) Café, chá ou Coca-Cola?

Coca-cola sempre!! Haha.

9) Se pudesse morar em um lugar que só existe em livros, qual seria? Hogwarts? Panem? Terra Média?

Pode ser Forks? Mas a Forks com os Cullen, claro! AUHAUAHUAH. Panem seria minha segunda opção, mas só se eu puder arrancar o Peeta delicinha da Katniss. *-*

10) Imortalidade é algo cobiçado por muitas pessoas. Se você tivesse a chance de viver para sempre como seria? Vampiro? Lobisomem? Tomaria o elixir da vida eterna? Ou algum outro secreto? E como conviveria com a decisão de ser imortal?

Se eu pudesse escolher o tipo de imortal que seria, amaria ser um lobisomem! Ao menos lobisomens não precisam matar nenhum ser humano para sobreviver... se bem que, em Hibrida, eles não são imortais, mas são quase. Rsrs. Imaginando a hipótese, acredito que no começo até seria fácil, mas a cada ente querido perdido, ou amigos e amores, teria o desejo louco de voltar a ser mortal e não precisar ver mais ninguém morrer. Talvez pedisse a algum amigo vampiro para transformar todo mundo e vivermos como uma grande família feliz.


Gostou? Saiba mais sobre a Mari através do seu blog e também no seu twitter.

Híbrida
Série Neblina e Escuridão – Livro 1

Por toda vida Ellene teve a sensação de ser diferente de seus irmãos e dos moradores de sua vila, pois não adquiriu características de lobisomem como era esperado, e afastava-se cada vez mais desta natureza. Com um espírito rebelde, resolve desvendar o passado em busca de sua verdadeira origem. O que não planejava era entrar no meio de uma rixa entre vampiros, a raça que aprendeu a temer e odiar desde menina. Para piorar, seus pesadelos voltaram: sonhos com um homem misterioso de olhos ameaçadores, envolvido por uma densa neblina. Há quase cem anos a rainha dos vampiros fora sequestrada e seu marido, Milosh, desde então busca incessantemente encontrá-la. O tempo é escasso e as autoridades do Conselho desejam eleger um rei omisso e cruel em seu lugar. Na tentativa de tardar a mudança, ele se une a maior inimiga da rainha. Qualquer erro pode condená-lo a morte e subjugar todos os seus iguais. Ellene e Milosh mal sabem que o que buscam os colocará frente a frente, em uma trama de intrigas, poder, amor e ódio.


Até a próxima ;)

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9 comentários:

  1. Gente amei responder essa entrevista! Não estou acostumada ainda e sempre falo muito (ao menos escrevendo), mas espero ter passado um pouquinho de mim para cada leitor e amigo.
    Obrigada pelo apoio Larissa! Sucesso sempre!
    Beijo, Mari Scotti

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  2. Que bacana a entrevista! Adorei conhecer um pouco mais sobre a Mari, já que conheço o trabalho dela. É muito bacana saber não só o que levou ela a escrever,mas também o que continua servindo de incentivo. Sem dúvidas as perguntas foram ótimas.
    Beijos,
    http://creationimagine.blogspot.com

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  3. Caramba, gosto de ver autores nacionais publicarem livros do estilo que gosto. *-* Muito boa a entrevista, dá pra ver que além de boa escritora, ela é pura simpatia :D

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  4. Obrigada pelo elogio Aylana! :P
    Quando ler, me conta se gostou *-*

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  5. Ai, que meiga!
    Adorei a crítica feita aos blogueiros, é muito verdade e eu nunca tinha pensado por este lado.

    Mari Scotti é um amor de pessoa.

    Quero ler os livros!

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    Respostas
    1. Oi Mel, obrigada pelo meiga *-*
      Foi uma crítica-desabafo, porque é tenso lidar com isso ainda mais uma autora pobrinha como eu AUAHAAUAH, mas eu me adapto fácil as coisas.
      Falei nessa intensão mesmo, conscientizar.

      Obrigada de novo! Se for de SP, vem me conhecer no lançamento! Beijão,

      Mari Scotti

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  6. Que legal a entrevista Larissa!
    Não tinha lido nada ainda a respeito da autora e do livro! Mari Scotti é muito querida e merece todo o sucesso que vier! Que interessante ver o poder da escrita e das histórias... para ela foi além de um dom e uma vontade de escrever e se mostrou uma verdadeira salvação num momento difícil! Não tenho dúvidas de que a literatura tem esse poder tbm!
    Bjos
    Débora

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    Respostas
    1. Eu me intrometo, porque sou inxirida mesmo! Hahaaha. Mas é que gostei do seu comentário Débora. A escrita resgata mesmo, não só alguém que estava com depressão numa fase crítica, mas já vi fazer maravilhas com dislexicos, crianças... nossa mente parece que resolve trabalhar e com isso o corpo se recupera. Amo demais e é por isso que escrevo!
      Beijo, adorei você.

      Mari Scotti

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