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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

[RESENHA] Deixe a Neve Cair


Autores: John Green, Maureen Johnson, Lauren Myracle
Edição: 1
Editora: Rocco Jovens Leitores
ISBN: 9788579801754
Ano: 2013
Páginas: 336
Tradutor: Mariana Kohnert
Sinopse: Na noite de natal, uma inesperada tempestade de neve transforma uma pequena cidade num inusitado refúgio para insuspeitos encontros românticos. Em Deixe a neve cair, bem-sucedida parceria entre três autores de grande sucesso entre os jovens, John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle escrevem três hilários e encantadores contos de amor, com direito a surpreendentes armadilhas do destino e beijos de tirar o fôlego. Comédia romântica com a assinatura de um dos maiores bestsellers da atualidade, o livro é o presente de Natal perfeito para os fãs de John Green e de histórias de amor e aventura.
"Deixe a neve cair" é um livro recém lançado, da editora Rocco, que contém três contos, escritos por John Green, Mauren Johnson e Lauren Myracle. A parte mais legal é que estes três contos se entrelaçam e todas as histórias só acontecem ou acontecem devido a maior tempestade de neve dos últimos 20 anos (ahh, como eu queria viver um "Natal Branco" só uma vez na vida!). Ou seja, os personagens principais de um conto são os secundários do outro. Quer dizer, isto é bem legal, mas, por outro lado, é meio aleatório... Por exemplo, no início do livro, no primeiro conto, muitos personagens sem nenhuma função para aquela história em específico foram apresentados e só voltaram a fazer sentido lá na frente, nos outros contos... Mas enfim, vamos contar conto por conto?! Prometo que vou tentar ao máximo não dar muitos spoilers, mas não sou muito boa nisso. AVISO LOGO!!!! 

Eu sou muito aficionada por Natal. É minha época preferida do ano, compro presente pra Deus e o mundo e aquela coisa toda... Então, quando soube que este livro ia lançar, fiquei louca e resolvi começar a ler super rápido! Em um dia, já tinha devorado tudo. Ainda assim, ouso dizer que esperava BEM MAIS. Talvez pelo meu grande amor pelo Natal, talvez pelo nome de John Green na capa. Eu nunca li nada dele (apesar de ter todos os livros. Compulsão é isso), mas ouvi muitos comentários e estava curiosa...  E bem... Vamos lá:

O primeiro conto é escrito por Mauren Johnson e se chama "O Expresso Jubileu", contando a história de uma menina, Jubileu (que por algum motivo acha que este é um nome de stripper. AONDE que esse é um nome de stripper? Até onde eu sei, é uma festa católica, que acontece de 25 em 25 anos. Alô?) que teve os planos de Natal alterados, devido ao fato de seus pais terem sido PRESOS enquanto brigavam com outros consumidores alucinados de.... miniaturas natalinas. Sério. Pois bem, ela acaba em um trem, indo para a casa dos avós na Flórida, só que, devido a grande nevasca, isto também não dá certo e ela acaba indo parar em uma cidadezinha no meio do nada e, óbvio, conhece um garoto, chamado Steve e começa a achar ele muito interessante, apesar de ter um namorado perfeito em sua terra natal, Noah. Vou parar de contar por aqui, mas aviso previamente que a melhor coisa deste conto é Steve. ESSE LINDO! 
"Steve: Primeiro, ele está evitando você no Natal. Quer saber quem faz isso? Pessoas que estão prestes a terminar com alguém. Sabe por que? Porque datas importantes fazem com que elas entrem em pânico. Feriados, aniversários, aniversários de namoro... Sentem-se culpadas e não conseguem embarcar nessa com você".
Eu achei este conto bem fraquinho... A história é muito inverosímel e os personagens são muito caricatos. Não gostei da maneira como Mauren Johnson escreve, apesar de nunca ter sequer ouvido falar dela antes de ler este livro. Acho que, talvez, por ter sido colocado na primeira posição, o conto tenha perdido um pouco da possibilidade de ser melhor, já que tinha que a ver apresentação de uma série de personagens que são inúteis a primeira vista... 

Enfim, não estava muito animada quando passei para o segundo conto, que é escrito por John Green e se chama "O Milagre da Torcida de Natal". Eu não sei se o Natal é uma tradição muito mais brasileira do que americana, mas me incomodou muito o fato de que os personagens de TODOS os contos meio que passam o Natal de qualquer maneira. Não ficam muito com a família, nem celebram juntos. Todos eles tem alguma coisa pra fazer, algum plano melhor ou algum lugar aleatório para ir. Neste conto, narrado por Tobin, ele e mais dois amigos se aventuram para a nevasca para chegar até uma lojinha de conveniência na beira de uma estrada, simplesmente porque o amigo deles que trabalha lá, ligou dizendo que a loja tinha sido invadida por um monte de líderes de torcida depois que o trem delas quebrou por causa da neve (alguém sentiu cheiro de Expresso Jubileu aqui?). Quer dizer, esta simples premissa já me deixou irritada. Que tipo de enredo é esse?! Talvez eu esteja ficando velha... O conto tem muitas coisas estranhas, como a pretensão de que deixar carros soterrados na neve é comum e que, fazer uma corrida maluca até líderes de torcida é também comum e, acima disso, a melhor coisa para se fazer no Natal. A melhor personagem e, na minha opinião, quem salvou o conto é Duke, que na verdade se chama Angie. Angie/Duke é uma menina meio menino, que tem um pequeno complexo, pois, apesar de gostar de fazer o estilo despojada, detesta ser "um dos meninos" também no sentido amoroso... Especialmente quando ela é forçada a ir, no meio de uma nevasca, por causa dos amigos, para o fim do mundo tentar se dar bem com líderes de torcida. E pior ainda, especialmente quando ela é secretamente apaixonada por alguém que a vê como um amigo para o futebol...

"Tobin: Você sabe, que não é, tipo, uma ameaça. Tipo, a maioria das garotas, se tem um namorado, não quer ele andando o tempo todo com outra garota. E Britanny não entendia que você, tipo, não é uma garota de verdade".
"Duke/Angie: Quer saber? Isso é machista. Está bem? Eu odeio ser, tipo, a defensora das meninas e tal, mas quando vocês passam a noite toda falando sobre pegar garotas porque elas usam minissaias ou sobre como os pompons dela são sexy e tal. É machista, está bem? Líderes de torcida do sexo feminino vestido roupinhas bonitinhas que são a fantasia dos homens, machista! Simplesmente presumir que elas estão morrendo de vontade de ficar com vocês, machista! Entendo que vocês estão, tipo, explodindo com uma necessidade constante de se esfregar na pele de uma garota, mas podem ao menos tentar falar um pouco menos disso na minha frente?!" 
E, por fim, vamos ao terceiro conto, que, pra mim, foi ESTUPIDAMENTE BOM e compensou a medianidade dos outros dois. Ele se chama "O Santo Padroeiro dos Porcos" e foi escrito por Lauren Myracle. Aliás, se alguém souber o que ela escreveu e onde eu posso achar, quero MUITO saber. Adorei a maneira dela escrever, a história dela é muito cativante! A protagonista se chama Addie e está sofrendo durante o Natal, devido à um coração partido. Seu namorado (ou ex, ou namorado, ou ex, ou namorado...) é Jeb, cara que aparece nos dois primeiros contos como secundário. Addie está de coração partido, mas muito da culpa é dela mesma. E ela sabe disso. Talvez isso seja o mais difícil. Com Jeb incontatável (afinal, ele estava no Expresso Jubileu), Addie está a beira da depressão de tanta saudade do namorado, ex, namorado, repita infinitamente e tem sérias crises psicóticas de princípio de loucura, onde acha que é a pessoa mais egoísta do mundo (e todo mundo do livro confirma isso, mas, por favor, ela é uma garota normal. Quem nunca foi um pouco bipolar, temperamental e exagerada no drama?). Tentando pensar em outras coisas, ela promete à melhor amiga que vai pegar um PORQUINHO filhote e tipo TOY que chegará para ela na pet shop em frente ao Starbucks onde trabalha. Mas as coisas não saem muito bem como o planejado...
"O que nos separou, eu acho, foi o modo como demonstrávamos nosso amor. Ou, no caso de Jeb, o modo como ele não demonstrava - ao menos era assim que parecia para mim. De acordo com Tegan, que assistia muito ao programa do Dr. Phil, Jeb e eu falávamos línguas diferentes no amor".
" -- Você tem essa... luz em você. - disse Nathan, ficando vermelho. - Faz as pessoas se sentirem especiais, como se talvez também houvesse uma luz nelas. Mas, depois, se nunca liga pra elas, ou se você, sabe, beija algum babaca pelas costas delas..."

Enfim, acho que, no geral, o livro funciona, especialmente quando você chega ao terceiro conto, que é uma delícia de ser lido e termina de amarrar os nós soltos que foram feitos nos primeiros dois contos da história. Um bom livro para se pedir de Natal e se ler nesta data especial, pra ir entrando no clima!

Feliz Natal para todos!




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Um comentário:

  1. OASKPOASK Ri demais dos seus comentários entre (parênteses)!
    Ouço falar muito em John Green, e acabei lendo A Culpa É Das Estrelas por causa dessa fama dele, mas pra falar a verdade... não gostei muito não. Por isso acho que esse livro, apesar de ter apenas um conto dele, não me agradaria muito. E mesmo que o último conto valha a pena, não teria paciência pra chegar até ele.

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